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O 01 é complicado, irmão. Peguei muita ocorrência, sim, muita ocorrência com cara podre. Ninguém encosta, não tem especializado, tem na primeira o 01, vai lá, vê como é que está o cara lá. Você vai para você poder passar para a perícia. Peguei muita ocorrência, sim.

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Eu no 01, a vez, peguei o podrão...

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Você trabalhou no 01, você sabe que é o 01.

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Podrão... O pessoal que não sabe, quando o cara morre de costa, todo o líquido dele desce para o parte inferior. E o cara colou no chão, cara. Colou. E aquele podrão, Eu fui falar para o delegado, o que o delegado falou para mim? Preciso dos documentos dele. Porra, mano. O documento, nós vimos que estava dentro do bolso da calça dele. Cara, tivemos que decolar o cara do chão. Meu, aquela mosquitaiada, mano, para pegar a carteira do cara... Olha a situação que a gente passa, cara. E tem gente que não valoriza o nosso trampo.

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Não valoriza, exatamente.

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Tem uma parada engraçada de encontro de cadáver. Fala engraçado porque foi cômico mesmo. Mandaram o moleque preservar o defunto, o moleque ficou lá acho que umas 8, 9 horas na beira da água. Você está ligado que o cara morre afogado, fica o ar dentro do cara. Fica, fica. E o moleque apavorado, área rural, quebrada, e o cara já estava meio com medão de ficar preservando, chegou a perícia, a perícia catou no cara, aqui virou, o cara... O moleque... Canela, meu cacete, como ficar aqui...

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Pensei que isso ia contar de Paraibuna, não é? O recruto está tomando conta do cadáver dentro do Rio. Estou aqui, o recruto chegou... O cadáver se evadiu... O cadáver está se evadindo, o cadáver levou o rodal, o cadáver está se evadindo aqui...

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Aconteceu, não tinha ter ali na... Beleza na a Trabalhadores ali, chovendo, conta do cadáver, chovendo. O Rio começou a subir, cara. Começou a subir e a água chegando perto do cadáver, meu. Eu falei para os caras: Vamos amarrar esse cara aí, mano. Você não pode tirar ele dali, mano. Vamos amarrar esse cara aí. Aí amarramos uma pedra nele lá e deixamos lá. Graças a Deus, não chegou até nele. Aí quando chegou a periço, acabou essa pedra aí. Nós amarramos para a água não levar ele, porra. Porque se leva, imagina o Zulu.

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Lembram, eu vou contar uma coisa de jacarei. Estava na equipe lá, você falou de cadáver aí. O cara deitado lá e a família, todo mundo chorando lá. O sargento chegou, o sajento estava com a gente, não vou citar o nome. Caralho, eu nem estou pensando isso agora. Ele falou assim: O Joex, cobre lá o de fundo, por causa da que eu estava vendo. Não tinha como cobrir, não tinha o que cobrir. Na época, existia jornal ainda. Jornal de-Eu fui lá, coloquei umas três folhas de jornal em cima do cara, deixei lá.

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Começou a ventar?

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Não, pior esse dia, cara. O sargento falou assim: É. Exatamente, começou a ventar primeiro. E o jornal voando. Aí esse sargento vai... Isso é verdade, o sargento me chega, coloca bloco em cima do preto, em cima do dedo de ponto, para o peito do peito. Isso. E o jornal não voar. Um monte de gente assim, né? Parou de voar o jornal. Parou de voar. O rapaz deu dois minutos.

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Para ler pipo, olha.

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Levanta o cara respirando. O sargento falou assim: Pelo amor de Deus, vamos socorrer esse cara.

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Estava vivo, o cara estava vivo até o end. Estava vivo, eu subriu o cara para o lado. Caralho, mano. O bloco só flutuando do peito do cara.

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Essa aí é essa coisa.

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O socorre, o cara está vivo, caralho. O seu agente deve estar vendo.

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Gente boa para caramba.

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O cara deve estar vendo também.

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O cara deve estar vendo, vai socorrer mesmo. Essa foi...

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Eu achava que o cara estava muo, o cara...

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Porra, mano, caralho, mano. Ele estava estragado.

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Estava zoado, mano.

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Não estava, não. Não estava. O Lema estava feio. Aí falaram que era normal. Não, mas já era normal, ele viveu estragado. Falei puta, que mal.

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Viveu estragado. Irmão, primeira troca de tiro de vocês dois, vocês lembram? Como é que foi?

[00:03:43]

O que sentiu? A minha primeira eu lembro, que eu fui numa lotéria aqui em Jacarei. As cara assumiu o serviço, estava no 01, tinha acabado de chegar.