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[00:00:30]

O que é o nome de Où Où Où Où Où Où Où O Boa noite a todos. Estamos iniciando mais o Schneider Cast hoje. O Schneider está na reserva, está com a tosse canina. Está com a tosse canina, igual fala a minha mãe. E hoje ele está no sofazinho de boa. Eu vou apresentar o programa hoje aqui, vamos fazer programa legal. Estamos com o Amaral já tocando as câmeras ali. E hoje, nós vamos bater papo, que eu vou já agradecer nos meus seguidores, à minha família, o pessoal do WhatsApp, todos que estão assistindo a gente aí, já estamos com mais de 100 pessoas aqui ao vivo. Não esqueça de dar o like, não esqueçam de se inscrever no canal, compartilhar, e vamos iniciar aqui mais Snider Cast, hoje ser o Snider. Hoje eu estou aqui fazendo o papel do Snider, hoje aqui... Só faltava o cigarrro. Só faltava o dono, eu vou fumar o cigar agora, graças a Deus, fica de longe que esse cigarrro maldito aí. E hoje nós estamos aqui com o Coronel, Coronel Full, cara. Não é coronel, é Coronel Full. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente aqui, batendo papo, o cara que tem uma cabeça...

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Só de você bater papo, você já vê que o cara é...

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Tem uma cabeça legal, é cara que sabe conversar, é cara que...

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Não o conheci na ativa na PM, mas você vê que era cara justo e cara certo.

[00:02:54]

Coronel Emerson Friano. Boa noite, Castro. O comandante...

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E aqui ao lado dele, o Mourão, nosso amigo Mourão aqui, que sempre está ajudando a gente aqui, sempre está acompanhando, sempre está trazendo convidados aqui, especiais, como o coronel hoje que veio aqui nos prestigiar.

[00:03:19]

Coronel, a câmera do senhor, fica à vontade para o senhor mandar o abraço, as considerações do senhor. Antes de mais nada, quero agradecer a Deus pela vida, pela minha saúde, agradecer a minha família pelo apoio que sempre me deu.

[00:03:44]

Agradecer pelo convite do Schneider, desculpe, do Schneider, aqui do Castro, do próprio Mourão, a equipe que aqui trabalha. Muito obrigado pelo convite e quem sabe, numa outra oportunidade, poder voltar aqui.

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Agradeço a todos e satisfação a todos os internautas que estão nos vendo e que possam aproveitar bem aqui o nosso bate-papo. Isso aí, o Morão também aí, sempre com a gente aí, não é, Mourão? Obrigado, sargento Castro, nosso coronel Friano, o Schneider, pelo convite, nosso parceiro da- Amaral. Amaral.

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Precisar de transporte blindado executivo na cidade de São Paulo, Cristiano Morão blindado, escolta armada.

[00:04:42]

Pronto para te atender 24 horas na região metropolitana, em qualquer parte do estado e fora do país com o agendamento. Porra, legal, cara.

[00:04:56]

Eu não sabia que você tinha essa empresa aí, como é que é transporte blindado? Cristiano Mourão, blindado e escolta armada. Ora, legal, cara. Só com militares, a gente atua, né, sargento? Só com militares, normalmente a gente atua para fazer essas escoltas. Legal, cara. E a gente já tem toda a região metropolitana 24 horas.

[00:05:29]

É uma escolta VIP, né?

[00:05:32]

Escolta VIP.

[00:05:33]

Isso, legal.

[00:05:34]

É transporte executivo, transferir para aeroportos, escolas, faculdades.

[00:05:39]

Fica à disposição O cliente. O cliente solicitou, a gente atende imediatamente.

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Quanto tempo ele achar que ele precisa ali, vai ficar à disposição.

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Em qualquer lugar do Brasil, é só fazer o agendamento, a gente está pronto para atender. E se falar que viu no SchneiderCast, tem mais 20% de abatimento no preço. A parte de a nossa amiga. Aí sim, cara, aí ficou top, mano.

[00:06:18]

Quem precisa de uma escolta armada VIP de qualidade, estamos aí. Morão aí já passando para o pessoal. Obrigado. Chef, comando aí, prazer O prazer é ter o senhor aqui, prazer conhecer o senhor pessoalmente, como já disse, a gente trocou a ideia nos bastidores. E eu queria... A gente, sempre quando a gente inicia uma entrevista aqui, a gente sempre deixa o convidado se apresentar, mostrar para a gente como Como foi a chegada dele na PM? O que levou o senhor a ir para a Polícia Militar, se parente, de repente, pai? O que levou o senhor a trilhar o caminho da Polícia Militar? Mais uma vez, boa noite a todos.

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Eu, na verdade, não sou de São Paulo, moro aqui na capital, mas eu nasci e até minha adolescência eu era da cidade de Campinas.

[00:07:39]

E o meu tio, irmão da minha mãe, ele ingressou na Polícia Militar e ele era motorista do então Tático Móvel lá de Campinas. E vendo o famoso PTM. Ptm de Campinas. A viatura era preta embaixo, o vermelho em cima, a famosa C14. A temida, não é, comando? Ali é a temida. Exatamente, o uniforme CAC. Porra, mano. Aquela boina... O uniforme era o oitavo, não é? Oitavo uniforme, exatamente. O baixo... Quando eu entrei na instituição, eu entrei em 89, eu estava na mudança para o cinza bandeirante, mas a gente pegou com os mais antigos, com os nossos colegas veteranos, essa nomenclatura que era utilizada e aí vendo o meu tio voltando e ele comentando, porque ele morava conosco, morava minha mãe, eu, o meu tio e a minha avó. E aí ele narrando que a gente fez assim, fez assado. E eu fui me interessando. Quando tinha eventos no quartel, lá em Campinas, o então CPA I2, que hoje é o CPI 2, comando de policiamento do interior 2, que é Campinas, era junto na época, com oitavo batalhão do interior. Era quartel grande lá, era não, ainda é quartel grande que fica na João Jorge, lá em Campinas, uma estrutura antiga, é centenário o quartel.

[00:09:42]

E quando tinha solenidades, evento do dia das crianças e outras coisas o meu tio sempre me levava, eu gostava. Então eu vi na figura do meu tio essa- Inspiração.

[00:10:00]

Essa inspiração, exatamente, de falar: Poxa vida, eu quero ser como meu tio. E aí, por consequência disso, com o passar do tempo, eu fui aprendendo. Acabei fazendo o cursinho preparatório lá na minha cidade e prestei o concurso para o Barro Branco. Não passei na primeira vez, não passei na segunda vez e na minha terceira vez que eu prestei o concurso, eu acabei ingressando na Academia do Barro Branco em 89. Legal o senhor falar isso daí, o senhor comentar sobre isso. Tem uma vez, tem duas na terça, porque tem muita gente, Morão, que o cara tenta uma vez e ele já desiste, não, isso daí não é para mim. Cara, se você tem vontade, se você sente que aquilo ali é o futuro, o seu futuro e você tem vontade, cara, presta uma, duas, três. Hoje eu vi O cara mandou no WhatsApp, cara que ele tentou 19 anos para a PRF. Nossa.

[00:11:32]

19 anos. Persistência.

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E você viu o cara fardado lá falando: Meu, depois de 19 anos eu consegui. Então, quer dizer, E a persistência que o senhor está falando é interessante isso daí. Sim. Porque muita gente que assiste a gente aqui é pessoas que têm vontade de entrar na PM.

[00:12:02]

Exatamente. E às vezes, tenta uma, tenta duas, tenta três, não é para mim, não. Poxa, vai tentando, cara. Porque, de repente você encorreu em erro que no próximo você já não vai encorrer.

[00:12:22]

Exato. Deixa eu só fazer parêntese e que possa servir de estímulo para você que queira entrar na Polícia Militar ou eventualmente numa outra instituição. É claro que eu vou estar falando da Polícia Militar, da qual eu abracei não só de corpo, mas também de alma. Eu fui instrutor de educação física na Academia do Barro Branco, na Escola de Sargento e também para a Escola do Soldado, durante muito tempo, mas em especial na Academia do Barro Branco, aonde praticamente por mais de 20 anos eu fui instrutor lá de Educação Física, da qual eu sou formado. E uma coisa que me chamou a atenção quando eu perguntava da gênesis de alguns alunos, uma breve síntese, uma breve apresentação, Eu não vou me lembrar o nome dele agora, mas teve aluno meu, isso já faz certo tempo, ele prestou 10 vezes para a Academia do Barro Branco. Olha aí. Dez vezes. E detalhe, o concurso para entrar no Barro Branco, ele não acontece duas, três vezes ao ano, é uma vez por ano. Uma vez por ano. Ou seja, você não passou naquele ano, infelizmente, você vai tentar no ano seguinte.

[00:14:16]

E assim foi com esse camarada por dez, e conheço também pessoas que prestaram uma única vez e ingressaram. Mas esse caso me chamou a atenção porque ele foi muito insistente. Então você que eventualmente tenha esse desejo que arde no seu coração de servir a população de São Paulo, brasileiro de São Paulo, e trabalhar na Polícia Militar, não desista do seu sonho.

[00:14:53]

Se esse é o seu chamado, faça a sua parte, estude, se dedique, entre obviamente em cursinho, se for necessário, daquele que você entenda que é da sua confiança e faça aquilo que lhe compete, que é estudar, treinar e obviamente seguir os bons caminhos dentro da lei, porque quem tem a ganhar é você.

[00:15:25]

Exatamente. Ele é família, não é, Chefe? Exatamente. Ele é família porque não não existe alento maior do que o pai para mãe do que ver o filho trilhando ali, caminho do lado certo, lado bom. Do correto também, exatamente. Você vê, às vezes, eu vejo amigos que têm filhos tanto em Pirituba como na academia, você vê ele comentar: Meu filho está fazendo escola, você vê aquele brilho, aquele orgulho. Então não existe coisa melhor do que isso daí, de repente, você vê o seu pai está orgulhoso de você. Tem colegas da minha turma, coronéis minha turma, que postam no WhatsApp, no Instagram, com orgulho do filho ou da filha entrando como soldado no interior, principalmente, que minha turma está espalhada em todo estado, e aí vendo o filho ingressando na instituição, fazendo o concurso lá para soldado, passando em cada etapa, vibrando com cada etapa, e aí se formando.

[00:16:55]

Eu não tenho filho, mas eu imagino a satisfação do pai ou da de ver se formando, usando uniforme da PM.

[00:17:07]

Da PM.

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Eu sempre falo também, o comando, que o cara tenta para academia. Academia é muito mais difícil, mas ele vai e tenta para soldado também. Por quê? Ele E ele vai ingressar ali como soldado, não é menosprezo para ninguém. Não é menosprezo para ninguém.

[00:17:35]

Ele vai adentrar como soldado e ele vai ter a chance de ficar tentando ir para academia, para galgar posto muito melhor. Eu sempre falo para o cara: O sargento, o cara me faz muita pergunta no Instagram: Eu vou para academia ou eu vou para a Piritu?. Fala assim: Presta os dois. O que você passar, se você passar para academia, cara, parabéns. Se você passar soldado, parabéns, mas não desista, porque lá também você vai ter que estudar. Se você não conseguir de repente ir à academia, você vai ter que estudar a cabo para chegar sargento, e aí, em diante. E aí o senhor foi para academia? Sim, aí passei no Barro Branco, eu fiz cinco anos de academia. Posteriormente, aliás, deixa eu só voltar. Quando eu estava no Barro Branco, na área chamada Invernada, que fica lá na zona norte da capital, tem a sede de quartal da qual eu trabalhei, vou falar posteriormente, que é a sede do COI, dos Comandos de Operações Especiais da Polícia Militar. E eu conhecia de revista. E estando na academia e esse quartel próximo, eu era do Grêmio de Operações Especiais, dentro do Barro Branco.

[00:19:31]

E algumas dessas vezes eu ia lá para conhecer o quartel do COI, conversar com seus integrantes e... Já namorando ali, de repente, uma... Vai que de repente é possível, e já vou antecipar, Deus me abençoou nisso. Está vendo? Fui trabalhar lá no COI, que era o meu sonho profissional, mas voltando lá no Barro Branco, eu sempre ia algumas vezes, não só pelo Grêmio, mas também sozinho, para conversar com seus integrantes.

[00:20:14]

E foi assim para mim uma injeção, não só de âneo, mas também de vibração. Aí quando eu me formei, eu tive a opção de escolha pela minha classificação, então é importante se Você como soldado ou entrando no Barro Branco, é importante a classificação, é importante estudar, porque na classificação você vai escolher a unidade.

[00:20:47]

E aí se você: Poxa, mas eu gostaria de trabalhar no quartel X, pois é, mas se tem lá apenas você, exemplo, duas vagas... Está nas suas mãos. Exatamente, os mais antigos que você é que vão escolher. E se eles escolheram lá, as portas se fecharam. Talvez mais para frente, você consiga para o quartel que você gostaria, mas naquele momento, não. E foi o que aconteceu comigo.

[00:21:28]

O terceiro batalhão de choque, à época, ele tinha duas companhias de choque, a terceira companhia, Canil, a quarta companhia, que era o COI, a quinta companhia, que era o GAT, e depois, posteriormente, e veio a companhia Escolta, quando foi extinto o batalhão de Poliçamento de Guardas, o antigo BPGD. Então, quando eu me formei, eu escolhi para trabalhar no terceiro batalhão de choque. Trabalhei quatro anos na Tropa de Choque, praticamente como força de expressão, eu conheci o estado de São Paulo trabalhando no batalhão de Choque. Por que disso? Porque tinha muita revista em presídio ou quando não tinha rebelião naquela época. E não interessasse ou a cidade do estado São Paulo, vocês tinham que ir? Sim, a tropa de Choque ia, e o Canil, e o Coi, e o Gatti, e outros batalhões, às vezes o segundo batalhão de Choque, o primeiro batalhão de Choque, que é a Rota, também ia dependendo da gravidade que estava ocorrendo naquele presídio. E aí, depois de quatro anos que eu fiquei no batalhão de choque, ou melhor dizendo, na companhia de choque, eu acabei fazendo o curso de guerra na selva, lá no exército, lá em Manaus. Caramba. Que é esse brevê que eu ostento aqui no peito.

[00:23:31]

Com muito prazer, com muito orgulho. Muito orgulho. Como é o curso que o senhor fez lá? O nome do curso é Curso de Operações na Selva. E esse curso é ministrado pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva, que é quartel que fica em Manaus.

[00:23:59]

É considerado, se eu não estiver desatualizado, o terceiro curso mais difícil do exército brasileiro.

[00:24:07]

Então, são poucos os oficiais e praças da Polícia Militar de São Paulo, pouco importa se na ativa ou na reserva, que tenha esse curso. E tem muitos oficiais e sargentos do exército, que eu pude ver isso, que o camarada Faz o curso e no meio do caminho, ele acaba sucumbindo, acaba pedindo para sair. Então, quando eu me voluntariei para fazer o curso, eu me dediquei- E esse curso, quantos dias é, Jefe? Quando eu fiz, eram dois meses. Dois meses? Eu não sei como é que está hoje.

[00:25:28]

Lá na selva.

[00:25:30]

Na verdade, o curso é dividido em várias fases.

[00:25:33]

Algumas fases, não é?

[00:25:35]

É, e algumas dessas fases, ela é feita literalmente na selva. Quando eu fiz o curso, eu fiz o curso em 96. Então, eu vou falar da época que eu fiz o curso, que eu não sei como é que está a estrutura hoje. Mas a área de instrução do CIS para o curso de operações na selva, seja para oficiais ou para sargento, acredite, duas vezes e meia a área da cidade de Manaus.

[00:26:00]

Caraca, mano.

[00:26:01]

A área de instrução do Cigis era naquela época duas vezes e meia, aproximadamente, a área da cidade de Manaus. Então era uma área gigantesca, chamado de Quadrado Maldito, onde Só por aí já vê, olha o nome, olha o apelido Quadrado Maldito. Por que Quadrado Maldito? Porque as bases de instrução, elas ficavam dentro desse espaço que era do para poder fazer as respectivas fases. E em alguns momentos, ficava na própria sede do CIS, que era chamada de BI5, base de instrução número 5, que é a sede do CIS. Era, de novo, eu repito, isso foi em 1996. Não sei como é que está a estrutura hoje, já faz bom tempinho. Como alguns falam brincando, minha onça já está banguela.

[00:26:51]

Mas já foi onça.

[00:26:54]

Já, já, já, já, já,Mas está meio...

[00:27:02]

Manquitolando... Manquitolando, mas está lá.Mas.

[00:27:04]

É onça.Mas.

[00:27:05]

Tem lá o faro.

[00:27:07]

E aí quando eu voltei do Sigues, que o curso foi em outubro, novembro, no comecinho de dezembro, eu fui convidado para trabalhar no COI, lá nos comandos de operações especiais. Que era o... O meu sonho.

[00:27:20]

O sonho, que legal.

[00:27:22]

Nessa época, eu era segundo tenente. E aí, no ano seguinte, eu fui trabalhar no COI, onde fiquei por seis anos trabalhando lá.

[00:27:33]

Teve uma pergunta aqui, o Belgrado. O Belgrado, o começo do trabalho nas ruas quando o senhor foi aspirante. Foi aonde? O aspirantado do senhor, o senhor tirou aonde?

[00:27:44]

Eu fiz uma parte na rota, uma outra parte no segundo batalhão de choque, no regimento de cavalaria, para depois ir para o terceiro batalhão de choque, aonde na época era a unidade que eu tinha escolhido. Então, Então, a ideia do comando na época é de que o integrante, pouco importa de qual batalhão de choque, pudesse conhecer o trabalho do outro quartel, para depois sim, ele ficar na unidade que ele havia escolhido. Então, eu fiquei esse período de tempo Foram 45 dias que eu fiquei na rota, mês que eu fiquei no segundo batalhão de choque, dia no regimento de Cavalaria, 9 de julho, e depois sim, é que eu fui trabalhar no terceiro batalhão de choque, já ainda como aspirante. E aí eu fiquei como aspirante até ser promovido a segundo tenente. Então eu, como aspirante de comandar a tropa, foi o meu pelotão, era o quarto pelotão da primeira companhia do terceiro batalhão de choque. O O quarto pelotão de Policiamento de Choque, ele ficava naquela época na sede do Parque Dom Pedro.

[00:28:51]

O Parque Dom Pedro, eu lembro.

[00:28:52]

Exatamente. Era lá. E ali que eu tive então o comandamento propriamente dito de pelotão e poder de trabalhar de fato e de direito.

[00:29:02]

Ali comandando uma tropa, né?

[00:29:04]

Exatamente. Legal.

[00:29:05]

E, nessa período que o senhor trabalhou no Choque, no caso de ir para os presídios, teve muita ocorrência? Sim. O senhor chegou a presenciar ocorrências lá, chegou a presenciar a rebelião da tropa do senhor lá, sob o comando do senhor, entrar em presídio e ser recebido a facada, tiro, que os caras têm todo tipo de arma lá dentro, não, Morão?

[00:29:33]

Pois é. O que aconteceu de todas as vezes que nós entramos, a tropa de choque, da época que eu trabalhei, eu confesso que depois que eu saí do batalhão de choque, eu perdi pouco do contato, até porque por outras necessidades da realidade que a gente acaba tendo. Mas na época que eu trabalhei lá, para entrar no presídio, pouco importa se era para fazer revista ou em presídio rebelado, todo cuidado é pouco. Então, tem protocolo para ser Eu não vou entrar em certos detalhes porque são de cunho operacional. Peço a compreensão dos nossos internautas. É lógico. Mas em síntese, nessas entradas nossas, principalmente com o presídio rebelado, nós tivemos, na verdade, não diretamente comigo, mas com a entrada da tropa em desses presídios, aonde teve sim disparo de arma de fogo contra a tropa. Então a gente utilizava capacete balístico americano O escudo. Utilizava o escudo pesadíssimo, diga-se de passagem.

[00:30:34]

Naquela época era extremamente pesado.

[00:30:37]

É, assim como o colete balístico também era pesado. O que o terceiro batalhão de choque tinha na época era azul. Então, além de ter a protecção balística, ele também tinha uma placa de aço. Ele era- Extremamente pesado. Muito. Não se compara com o que tem hoje. Hoje em dia... É, ainda bem. Era o material mais leve e continua com a mesma resistência. Mas naquela época não era assim. Então a nossa entrada do presídio é feita de uma forma cautelosa, progressiva e determinando para que o infrator da lei, o vulgo, o ladrão, o O cababundo... Ele entre na cela para que dentro da cela a gente feche a porta e aí sim é feita a revista.

[00:31:22]

E tenha uma condição melhor de fazer uma revista, porque ali fica separado, então vai fazendo cela por cela.

[00:31:29]

Cela por cela. Então, pouco O que importa, mesmo que ele não seja daquela cela, o importante é que o ladrão, ele entre na cela para que seja a segurança para ele e, principalmente, para a tropa quando a gente faz essa incursão.

[00:31:42]

E aí vem eliminando, vem eliminando ali, cela por cela, a partir do momento que passou por uma vistoria, aquela sela está limpa.

[00:31:50]

Exatamente. Voltando pouquinho, quando o ladrão acaba entrando na sela, o que acaba acontecendo? Ele E, posteriormente, em segundo momento, depois que todos estão dentro da sela, de novo, eu estou falando isso quando o protocolo que nós tínhamos nessa época que eu trabalhei lá. Não sei como é que está hoje. Peço desculpas, meus colegas, pela minha não atualização. Mas após a entrada de todos os condenados na cela, mandava-se retirar a roupa ficando somente de cueca e quando ia ir por e quando ele saía da na tela, ele ficava com a mão, com os dedos entrelaçados atrás da cabeça, minto. Antes disso, ele baixava a cueca, ele se agachava para verificar se não havia nenhum tipo de faca, arma branca, que pudesse estar escondido em algum orifício do corpo. E aí sim, ele colocava a cueca, dedos entrelaçados, de costa, e aí por outro policial militar o conduzia para- Uma área que já... É, por uma outra área já pré-delimitada, e também com segurança, para que pudesse, condenado a condenado, literalmente, ficar do lado do outro, fazendo por fileira. Aí a segunda fileira, ficava esse camarada sentado atrás do outro colega dele lá, de tal forma de que todos estivessem aliados e cobertos, falando militarmente, para a gente poder ter esse controle visual.

[00:33:25]

E o espaço que era designado para fazer esse tipo de ação, que normalmente acabava sendo o pátio ou, eventualmente, uma quadra polisportiva, para colocar todos os internos lá. Entendi. Então, nessas entradas, algumas vezes, a gente teve que utilizar de munição não letal. A ideia não é entrar para tirar a vida do infrator da lei, a ideia não é essa.

[00:33:50]

A ideia é principal, mas havendo confronto com a arma letal da parte deles...

[00:33:56]

Que foi o que aconteceu no Carandiru.

[00:33:59]

Eu não estava lá. Já perguntaram aqui se o senhor participou da do Carandiru.

[00:34:03]

Não, eu estava na academia quando isso aconteceu. Isso foi em 92 e eu me formei em 93, em dezembro de 93. Então eu não estava lá. Mas a tropa foi recebida a tiros. E diante dessa situação e pela condição que se encontrava o presídio, teve que dar uma resposta à altura. Se você não chega e não se impõe, infelizmente, a verdade é que, nesse caso, dos condenados, dos internos, do ladrão que está lá dentro, ele vai ter a tendência de crescer e vir para cima de você.

[00:34:36]

Qual a experiência que o senhor obteve logo após o Carandiru, o senhor acha que ali o pessoal agiu corretamente na Calediru? Pela experiência que o senhor tem, é lógico que o senhor vai estar comentando uma ocorrência que houve, pela experiência do senhor, o senhor acha que houve algum erro ali, o senhor acha que poderia, se de repente o senhor no comandamento, o senhor poderia ter feito diferente?

[00:35:03]

É difícil de falar porque eu não estava presente lá. Então, o que eu sei, repito, eu estava na Academia do Barro Branco quando isso aconteceu. O que eu sei são os fatos que foram narrados pela imprensa. Então, eu não sei de detalhes, até porque teve inquérito a respeito disso na época e teve N desdobramentos, mas eu não tive acesso a essa documentação. Então, aquilo que eu tenho é aquilo que foi passado que toda a população acabou vendo. Acabou vendo, né? Então é difícil de falar.

[00:35:34]

E a gente já comentar- Você chegou a pegar algum presídio no nível do Carandiru, de rebelião?

[00:35:41]

Não igual à do Carandiru, porque essa realmente foi- Essa aí extrapolou tudo que tinha de conhecimento, de rebeliões. E não só isso, Castro. Você também, que é veterano e sabe, até pergunto para as pessoas, quando você viu algo semelhante em anos anteriores de 92, que foi o fato que aconteceu no Carandiru, não houve. Então aquilo foi realmente- Atípico, não é? Foi atípico. Você usou muito bem, você foi muito feliz na sua observação, foi muito atípico. E depois do que aconteceu, outros protocolos foram melhorados.

[00:36:18]

Então, até nisso que o senhor falou, era minha segunda pergunta. Ali não tinha protocolo para uma rebelião daquele nível.

[00:36:28]

Daquela proporção.

[00:36:29]

Daquela proporção. Então, quer dizer, muita coisa foi adaptado. Como hoje a gente tem o POP, que é o procedimento operacional padrão, e às vezes o policial, ele tem que adaptar alguma coisa ao POP. Não tem como usar também o POP 100%. Sempre você vai ter que fazer uma adaptação. Então, aquilo ali serviu como norte para diversos cursos que foram feitos para melhorar, no caso de rebeliões.

[00:36:56]

E como você bem o disse, e é verdade, o procedimento O profissional padrão, ele nasceu no corpo de bombeiros e do qual, posteriormente, o policiamento, por meio do Estado Maior da Polícia Militar, acabou trazendo essa boa prática para fazer com que os nossos protocolos de atendimento de ocorrência, pelo menos os principais, houvesse passo a passo e não fazendo de uma forma allures. Eu falava brincando quando eu comandei o 38º batalhão, é de que o meu subordinado é profissional de segurança daquilo pública, diferente daquele camarada que trabalha numa segurança particular, que vulgarmente se chama de P. Rio, que ele fica pitando, e que talvez ele não tenha ali conhecimento técnico, não tem procedimento, não tem técnica. Ele faz aquilo que acha que é correto, tirando algumas empresas que obviamente têm esses cursos e etc. Mas aquele que é contratado para fazer a vigilância numa rua, estou falando porque próximo de casa, sei de caso concreto, ele não tem curso, ele faz aquilo que ele acha que ele tem que fazer. Então, ele não tem protocolo. E o nosso pessoal, ele tem. E nessa época, talvez pela atipicidade do que aconteceu no Carandiru, foi feito uma adaptação.

[00:38:16]

Se por ventura, fazendo breve parêntese, se eu estou fazendo uma abordagem de veículo, veículo suspeito, e ele para de uma forma totalmente diferente daquilo que foi ensinado no POP, como é que eu vou proceder?

[00:38:30]

Porque a pessoa que está sendo abordada, ela não conhece o POP. É, exatamente. Ela vai estacionar o carro dela no lugar- Do jeito dela. Do jeito dela que não tem no procedimento operacional. Então, aí é onde tem que o policial vai dar- Fazer adaptação, exatamente.

[00:38:46]

O POP serve para você seguir o passo a passo, mas, todavia, se houver uma atipicidade na conduta daquele indivíduo que você está fazendo a abordagem, que você está fazendo a abordagem, que você está fazendo a abordagem, Você vai ter que adaptar e não há problema nenhum disso. Não. Você, respeitando a segurança... Exatamente, você, respeitando a sua segurança, e depois, posteriormente, a segurança dos seus colegas, é que vem a segurança do indivíduo que está sendo abordado. Exatamente. E aí, voltando, eu, posteriormente, quando eu fui trabalhar no COE, por conta do curso que eu fiz lá no exército, que eu fui convidado para trabalhar lá no COE, nós tivemos uma rebelião da qual eu participei, que foi em de Sorocaba, e ela foi a mais extensa. Por quê? Porque ela demorou dois dias. Foi no dia 30 de dezembro, no presídio de Sorocaba.

[00:39:41]

Os vagabundas.

[00:39:43]

Uma data O que é nisso, ferro, polícia? Uma data bastante ingrata.

[00:39:49]

Bastante zoada.

[00:39:51]

E aí, houve negociação, tinha refém, foi uma coisa bastante também atípica pelos desdobramentos e problemas que ali houve, quando foi no dia seguinte, no dia 31, aí sim, a tropa acabou entrando no presídio com autorização que nós havíamos recebido e o comandante na época, que era o coronel Pais de Lira, ele: Olha, nós recebemos a permissão, a gente vai invadir o presídio. Eu estava no COI nessa época, fizemos a incursão, a tropa teve dificuldade para entrar devido a vários obstáculos que os internos que fizeram, de armadilhas, então não foi tão simples assim. E quando foi praticamente no final do dia, começo da noite, foi tirado os líderes para ser escoltados aqui para São Paulo. E nessa escolta, foram dois veículos da Secretaria de Administração Penitenciária, da SAP, e desses dois veículos, eu confesso que não me lembro, mas eu acho que era vinte e poucos que que estavam sendo transferidos para São Paulo.

[00:41:01]

Os cabeças, vamos dizer assim.

[00:41:03]

Exatamente, os líderes dessa rebelião e que, posteriormente, acabou esses líderes nascendo. Já havia, como é que eu posso dizer? Um embrião do PCC. E aí, esse pessoal que foi escoltado para São Paulo, quando a gente estava chegando em São Paulo, Minto, chegando na zona norte, os fogos já estavam sendo estourados pela na comunidade e nós estávamos entrando lá no COC, que é o Centro de Observação Criminológica. Eu não sei se ainda existe, mas era órgão dentro da SAP, aonde era feito uma triagem para depois... Uma variação, não é? É, para depois esse indivíduo ser mandado para algum outro presídio. Então, isso foi ajustado. Então, a tropa do COI e do GAT é que fez a escolta desses líderes até São Paulo. Foi uma escolta bastante tensa, porque como eram os líderes e tinham vários comentários de possível resgate, tudo, exatamente. Nós estávamos com os nossos melhores equipamentos, estávamos realmente com amamento pesado, tanto a tropa do COI quanto a tropa do GAT, e nós não tivemos nenhum tipo de problema. Graças ao bondoso Deus, do jeito que nós saímos, nós chegamos lá no COC e com os fogos estourando, no dia 31 de dezembro.

[00:42:24]

Caramba, hein? Exatamente. Tem uma pergunta aqui, conta YouTube, Arthur. Pede para ele falar sobre na fase do prisioneiro de guerra do curso Guerra na Selva. Falei com o senhor? Falei com o pessoal?

[00:42:37]

Pois é. No final do curso, o curso, quando eu fiz, era dividido em quatro etapas. Então a primeira etapa é de vida na selva, a segunda etapa é de técnicas, a terceira etapa é mix dessas três fases e por último é chamado de fase de operações, onde você vai estar participando como instrutor para sua tropa, dando, na verdade, com os outros alunos, dando as orientações, recebendo a missão. Olha, sua missão é ir para tal ponto fazer isso, isso, isso. E nessas...

[00:43:17]

Já ali passando por uma função de comando, já.

[00:43:21]

Exatamente. Então, o meu número naquela época, eu era segundo tenente, era 25, e você não é tratado pelo posto ou até mesmo pela graduação. É pelo número. É pelo número. 25, você vai ser o comandante da tropa para ir até o ponto X. E lá, nós temos a tropa inimiga, onde tem reféns para você fazer o resgate desse pessoal, e é para trazer a luva cadavérica desses inimigos. Então, foi assim que foi feito.

[00:43:50]

Luva cadavérica seria o quê? Para explicar para o pessoal aí.

[00:43:52]

Em possível confronto, caso houvesse a morte desses indivíduos, era para ser feita a parte datiloscópica. Então, eu vou pegar a impressão digital... A impressão digitais deles. É, desse camarada. Se ele está vivo, traz ele preso, algemado, e os procedimentos normais, posteriormente, juntam o órgão competente. Mas na fase de operações, que é justamente essas missões que você recebe, ele vai dar no ponto X, e se você falar: Olha, eu estou precisando... Como aconteceu, estamos precisando de uma aeronave, estou precisando Eu preciso de três embarcações, eu preciso de combustível, porque se você pede a embarcação, ele vai te dar a embarcação, mas se você não pedir o combustível, ele não vai te dar o combustível. E aí? O problema é seu, porque você foi instruído para isso.

[00:44:42]

Se virar, faz uns gremos aí.

[00:44:44]

E aí, no final dessa fase, é que teve o PG, o chamado Prisioneiro de Guerra. Então, ao final da última fase de operações, nós fomos todo o turno de oficiais e sargentos que estava fazendo concomitantemente, foi, como é que eu posso dizer, capturado por essa tropa inimiga, e aí a gente teve uns momentos difíceis ali. Eu diria que...

[00:45:12]

O senhor chegou a ser capturado, o senhor, lá?

[00:45:14]

Não, foi Todo mundo foi. E aí você é vendado...

[00:45:18]

Todo mundo passou por essa fase.

[00:45:20]

Todo mundo, sem exceção, passou por essa fase. Você é vendado, aí você...

[00:45:25]

E a sensação?

[00:45:26]

Olha, não é a das melhores.

[00:45:28]

Mesmo sabendo que, no caso, ali é uma simulação.

[00:45:33]

Uma simulação, mas é complicado, porque você é tratado de uma forma totalmente... Como é que eu posso dizer? Eu não quero ser O que é pesado nas palavras.

[00:45:46]

Chegando próximo da realidade.

[00:45:48]

Sim, porque o inimigo, ele não vai te tratar de uma forma- Amigável. Amigável. Em que pese que existe tratado internacional, da qual o Brasil é signatário, da qual ele faz parte, isso daí faz parte do direito internacional e por conta da Segunda Guerra Mundial, nós temos uma legislação internacional da qual o Brasil, como eu já disse, faz parte, e em tese é para ser seguida. Na prática, a gente vê que não é bem isso. Então, tem uma série de coisinhas... O respeito na prática não tem. Não existe. E aí, nesse momento dessa simulação, você realmente... Eles tentam chegar ao mais próximo da realidade para que você possa não só compreender, mas também saber se E aproveitando o ensejo, eu não sei se mudou a legislação, eu creio que não. Me permitam, me desculpem, melhor dizendo, se eu tiver desatualizado, mas o que dizia a legislação internacional é você dizer: Olha, eu sou o coronel Friano, o meu número é isso. É isso que você é obrigado a dizer para o seu inimigo, ponto. É, ponto final, é isso que era previsto na legislação na época que eu fiz o curso. Mas eu te pergunto, imagina que de repente o inimigo te pega.

[00:47:04]

Ele quer saber uma informação, por exemplo, onde você tem paiole de armas, de munição, aonde está o comandante ou eventualmente alguma outra informação estratégica. Um ponto, por exemplo, de uma estação repetidora de comunicação, que isso é importantíssimo.

[00:47:16]

Importantíssimo, importantíssimo.

[00:47:19]

Ele chega com você e ele corta uma falange do seu dedo. Porra, amor. Será que você vai suportar essa dor? E digo mais, aos homens, imagina que de repente, ele chega e corta- Quer cortar outra falange? Quer cortar de repente... Eu te pergunto, a sua virilidade, eu te Eu te pergunto, meu amigo, será que você vai ser tão fiel à sua pátria? Eu não vou dar minha resposta e vou deixar os internautas pensando a respeito disso. Mas é complicado, pensa você como isso. É complicado, porra. Daqui a pouco ele corta dedo, ele corta uma mão, te corta braço, como é que fica?

[00:48:01]

Eu já vi muito filme do Ramo e nenhuma vez os caras quiseram cortar essa parte deles, ele segurou os beós. Mas nenhuma vez vamos cortar seu saco fora.

[00:48:09]

Você sabe por que, o Castro? Não leva mal o que eu vou falar, mas é verdade. Não, Chefe. Você só está vivo até o momento que me convém. Porque a partir do momento que você fala aquilo que eu quero, você para mim, não serve mais para nada. Não tem utilidade.

[00:48:25]

Pelo contrário, você vai ser O empecilho ali para a pessoa, para eles.

[00:48:32]

E o que é pior, amanhã, depois, por motivo qualquer, você sabe as pessoas eventualmente que te levaram presa, que fizeram interrogatório, eventualmente causaram lesões em você, entre outras coisas. Então, na prática, vai...

[00:48:50]

É difícil a prática. No curso, ele chega próximo da realidade, mas também não é tanto Não, não chega nesse ponto.

[00:49:01]

Mas infelizmente, acaba acontecendo, insisto.

[00:49:04]

Alguns acidentes sempre acontece.

[00:49:06]

Sim, imagine você na prática, no caso de uma guerra, como acontece? Ucrânia, nesse momento, com a Rússia. E dependendo do momento, a gente viu, pelo menos eu vi na televisão, em tese de mulheres que foram estupradas. É verdade, é mentira, é uma guerra psicológica, é uma guerra de informação, pode até ser. Mas você duvida? Eu não posso duvidar. Não tem como. Não tem como. Aí se você não tem mais utilidade para mim, eu vou te matar. Exatamente. Mas, em tese, tem essa, ou tinha pelo menos, essa regra para ser seguida.

[00:49:44]

Tem outra pergunta aqui para o senhor. Pergunta para alguma ocorrência que ele achou tão foda que parecia que estava em filme. Você já teve alguma ocorrência assim que o senhor, de repente, uma troca de tiro, de repente, em uma incursão em algum presídio, Quando eu trabalhei no COI, depois que eu fiz o curso de guerra na selva, eu fui convidado para trabalhar lá no COI.

[00:50:08]

O COI era uma companhia. E por que COI? Uma breve síntese. Porque houve o sequestro do avião Electra e a ação dos policiais militares que trabalharam lá foi tida como uma ação de comandos. Então o exército, na época, reconheceu que essa tropa que atuou lá, atuou de uma forma diferenciada, de uma forma competente e de uma forma eficaz. Então é a única tropa do Brasil das Polícias Militares que o exército reconhece essa ação de comandos. Então por isso que ficou... Eu não sabia disso daí. Porque até então era a Compania de Operações Especiais, Pelotão de operações especiais. Inclusive, o COI nasceu dentro da rota, diga-se de passagem. O COI era uma companhia, ele tinha efetivo dentro do primeiro batalhão de choque. E aí, posteriormente, ele foi lá para a Zona Norte. Mas voltando ao assunto, essa ação é que ficou conhecida como comandos. Por isso que o nome do COI é de comandos e operações especiais. Os outros estados da Federação, COI é: Compania de Operações Especiais. Ele não tem, ou pelo menos não tinha, até onde eu conheço, esse status de reconhecimento pelo exército brasileiro. Acabei me perdendo, desculpa. Quando eu trabalhava no COI, nós fizemos algumas incursões no litoral, na região do Guarujá.

[00:51:39]

Eu era tenente, eu era primeiro tenente.

[00:51:40]

O pessoal entendeu o COI lá, mesmo nessa operação que está tendo atualmente, ele entra pelo Mangue, né?

[00:51:47]

Exatamente. Na época, nós entrávamos por algumas trilhas, então a gente dava uma volta considerável para poder chegar atrás da onde tinha essas e construções mais humildes. Vulgarmente chamada de favela. A gente ia... Espalar a fita... É, exatamente. A comunidade daquela região. Então a gente fazia as incursões de uma forma cautelosa, nem poderia ser diferente, e E te confesso que é assim, é momento que o teu coração, ele não bate muito, ele bate desesperadamente, muito acelerado. Porque eu não tive confronto, quero deixar isso muito bem claro, eu não cheguei a ter confronto, mas o confronto poderia acontecer a qualquer momento. Qualquer segundo. Exatamente. E você tem que ser profissional, porque se você não está treinado, daqui a pouco aparece indivíduo na sua frente e você pode efetuar disparo e ceifar a vida de inocente. Por outro lado, se ele está armado e você fala: Larga a arma, ou dependendo do caso, ele está apontando a arma para você, aí sim, é legítima defesa, você vai corresponder, ou melhor dizendo, vai responder à altura. Mas eu não tive esse confronto, mas eu confesso a você que a possibilidade de ter o confronto havia, e obviamente você fica nervoso, você fica tenso e a transpiração é complicado.

[00:53:12]

E sem contar que é local muito zoado para trocar tiro. Bastante. Porra, porque ali, o pessoal, para o pessoal entender, você vem ali no meio da mata, ali no meio da água, no meio atrás das falafita. O mangue, não é? Exatamente. Um mangue encalhando mangue, quer dizer, uma área completamente inóspita para você, até para você andar, quanto mais para você estar ali vindo uma patrula de conduta. E sendo que a qualquer momento foi o que aconteceu com o policial da rota.

[00:53:42]

Da rota, exatamente.

[00:53:43]

O ex que tomou o tiro no rosto lá, você vê que eles entraram ali e ali foi uma infelicidade tremenda.

[00:53:52]

Ele agiu corretamente, ele fatiou, ele estava a arma... Desculpa, ele estava utilizando a arma no terceiro olho e infelizmente, o indivíduo acabou fatalmente tendo sorte e acabou atingindo infelizmente o colega.

[00:54:08]

Ele acertou, fugiu o nome dele agora.

[00:54:11]

Eu também esqueci o nome.

[00:54:13]

Você tenta levantar o nome dele aí, Ele acertou ele ali no susto.

[00:54:18]

Foi.

[00:54:19]

Eu até comentei com uns policial meios: Pô, meu, que azar que ele deu. Falar: Ali, qualquer tomava aquele tiro. Foi. Porque ele O senhor falou exatamente o correto. Ele fez o fatiamento correto. Sim. Só que naquele momento que ele fez o fatiamento, naquele milésimo de segundo, que ele falou assim: É alguém do bem ou é vagabundo? O cara atirou.

[00:54:43]

Exatamente. Foi uma infelicidade, mas o procedimento do Rotariano foi perfeito. Cosmo. Cosmo, exatamente. O lado Cosmo. Agradeço. O procedimento do Rotariano foi técnico e foi uma fatalidade. E poderia Não tinha acontecido comigo, com qualquer outro colega. Qualquer qual. Mas ele agiu corretamente. Ele fez o protocolo, ele foi técnico, ele foi profissional. E é lamentável. Mas eu não tive nessas minhas incursões, inclusive aqui na própria Zona Norte, na área do 18º Batalhão, que a gente atuou bastante lá, Zona Norte da capital, tem uma área de mata, aonde tem uma invasão. Por exemplo, Elisa Maria é bairro- Elisa Maria é complicado. É, e aí tem a parte da mata lá. A gente entrava pela mata para poder sair ali na favela. E esse procedimento, ele tem que ser muito cauteloso, porque você pode, inclusive fazendo barulho, você pode chamar atenção, pode estar passando alguém ali utilizando uma lanterna, porque nossas ações eram no período noturno, mas também poderia ter indivíduo que estivesse com uma arma de fogo. E aí você tem que tomar a providência de acordo com aquilo que você está vendo. Então, tem que ser profissional e tem que estar treinado para isso. E não é fácil.

[00:56:08]

Não é fácil. Não é fácil.

[00:56:10]

Rafael Viana, Colonel Padrão, poucos conseguem se formar O que é o Siges? Minha melhor continência é o senhor. O fato de ser integrante de uma força auxiliar dificulta ainda mais o estágio? Pergunta interessante aqui. Porque ali é uma Força Auxiliar que está vindo fazer curso no exército.

[00:56:30]

Exatamente.

[00:56:30]

Essa pergunta foi muito interessante. Você sentia que tinha uma diferenciação entre o senhor, que era da Polícia Militar, e o pessoal do exército?

[00:56:41]

Olha, na verdade, eu não percebi só comigo. Não tinha, no meu turno, não tinha oficial da Marinha, mas tinham dois pilotos da Força Aérea, dois tenentes aviadores. E eu pude perceber que o pessoal do exército é meio bairrista. Eu acho que talvez seja natural de qualquer força. Então, tratava o pessoal das Polícias Militares e Bombeiros Militares e o pessoal da FAB de uma forma diferenciada em relação aos integrantes do EB. Não que passavam à mão, mas a gente percebia que era pouco mais exigente para nós. E esses dois tenentes da Força Aérea, na primeira semana de curso, eles pediram para sair.

[00:57:26]

Porra, não entraram back.

[00:57:28]

Na primeira na semana de curso, eles entregaram boné. Então, eu fiquei surpreso, porque eu pensava que o pessoal fosse seguir, assim como teve oficiais lá do próprio exército, de Amã, e que também pediu a rego. Então, se a pessoa não tem essa tenacidade, essa convicção, não, eu só vou sair daqui com o brevê da onça no meu peito, o camarada sucumbe.

[00:57:54]

E a porcentagem de baixa do curso do senhor foi quanta?

[00:58:00]

Nós começamos em 42 oficiais e se formaram 32.

[00:58:03]

Por, 10 então foi o meu caminho.

[00:58:06]

E eu fui o 16º colocado no curso.

[00:58:08]

Então o senhor ficou ali na- Eu estou na metade. Na metade, está bom, está bom para cara. É curso extremamente difícil.

[00:58:14]

Pois é, Eu comecei a me preparar. A vaga veio em março e o curso começou em outubro. Então eu comecei a me preparar desde então. Quando veio a vaga e eu fiquei feliz por conta disso, eu comecei a procurar oficiais e praças da Polícia Militar e, posteriormente, do exército para pegar o chamado bisu, o macete, que são as dicas: o que é bom fazer, o que é bom levar, o que é bom evitar, o que é bom não fazer, e por aí vai. Então eu fui pegando esses macetes, essas dicas de cada colega, e fui montando o meu kit para poder concluir o curso.

[00:58:52]

Outra pergunta, o pessoal está participando bastante aqui, quase 500 pessoas ao vivo aqui, e o pessoal está perguntando se o senhor já foi abordado alguma vez? Não estou estando civilmente trajado, foi abordado? Foi.

[00:59:07]

Se eu falar como é que foi- Não foi pela rota, não, não. Não, não, não, não. Olha, acredite, A única vez na minha vida que eu fui abordado-Uma vez só? Uma única vez só.

[00:59:21]

Então o senhor deu muita sorte.

[00:59:23]

É, pois é. Eu era aluno oficial. Eu na minha cidade, Campinas, estava eu e colega de turma, na época, o aluno oficial Pompiani. Aliás, grande abraço Pompiani, amigo, uma pessoa espetacular, foi comandante do BAEP lá em Campinas, batalhão de ações especiais, uma pessoa de primeira linha, fez curso, inclusive, na França, lá na GIGN, cara muito melhor do que eu, sem sombra de dúvida, uma pessoa espetacular. E na época que nós éramos alunos oficiais, a gente estava eu não lembro se era uma sexta-feira à noite ou sábado à noite, e aí tinha bloqueio da Polícia Civil. Cara, da Polícia Civil? Da Polícia Civil, no bairro ali próximo ao Cambuí. Na verdade, quase no Cambuí, é uma área de barzinho que tem na... Ou tinha, pelo menos, ali em Campinas. E a gente estava passando, estava tudo certinho, habilitação, nada. Mas eu confesso a você que me deu uma tremedeira, cara, me que quando ele chegou, encosta, encosta, encosta, eu confesso a você que, como diria, minha mãe tremendo mais que vara verde.

[01:00:39]

Na hora até fugiu, cara. Porra, mano, eu acho que depois o senhor pensou assim: Cara, eu sou aluno oficial.

[01:00:43]

Não, então, pois é. Naquele momento, você fica tão tenso assim, aí eu desci, ele é, encosta documento, uma na cabeça tal, eu falei: Olha, eu sou policial militar. Aí foi engraçado: Por que você não falou antes? Vai embora, vai embora, vai embora, Deus te abençoi, vai embora. Falou dessa forma. Claro, eu entrei no Barro Branco com 17. Dentro da própria academia, eu acabei tirando a minha habilitação. Na época, tinha o gabinete de instrução, desculpa, o gabinete de treinamento, eu O que é o nome? O nome é o nome é o nome de policiamento de trânsito e eu tirei minha habilitação de moto e de carro lá. Então, eu estava tudo certinho, documento do carro, não tinha nada errado, mas sabe, medo do quê? Não sei, mas eu estava com medo. E talvez pela minha cara de moleque, eu deduzo hoje que o policial civil ali, acredito que devia ter sido o Tira, o investigador, deve ter falado: Poxa, até moleque, até nada, vai embora, vai embora, vai embora.

[01:01:41]

Vai embora, vai embora, deve estar estudando ainda, vai embora, só que E vim embora.

[01:01:46]

Foi a única vez na minha vida que eu fui abordado.

[01:01:49]

E assim, alguma vez, teve algum roubo tentado com o senhor, algum roubo? Então... Estive.

[01:01:56]

Eu confesso a você que E foi assim o momento que eu pensei que eu não estaria vivo.

[01:02:04]

Então foi tenso o negócio, hein?

[01:02:06]

Foi. Hoje eu posso falar, porque eu já sei que passaram bom tempo, capaz do meu pai não brigar comigo. O que acontece? Eu morava em Campinas e estava vindo para trabalhar no dia seguinte no batalhão de Choque. Eu era aspirante. E não estava armado. Naquele dia, coincidentemente, eu não estava armado. Eu fui para Campinas, foi bate-volta que eu fiz, como a gente fala. Eu fui de manhãzinha e voltei no final da tarde, começo da noite. E quando eu fui para pegar o ônibus, naquela época onde eu morava, no apartamento, tinha uma linha férria. E meu pai sempre falou: Não quero que você passe nessa linha férria, porque lá é perigoso tal. É, perigoso. Perigoso nada.

[01:02:55]

Por cobrência, por. É. O que é perigoso, pai? Comigo, mano.

[01:02:59]

Pois é. E aí eu não quis, eu não quis, ia até a rodoviária, ou seja, eu tinha que esperar o ônibus chegar para poder até a rodoviária. Não estava com pressa para voltar para São Paulo. Eu não me lembro que horas que era, mas não era a tarde da noite, devia ser sete e meia, oito horas. Início da noite ali. É, início da noite. Se Deus for: Não, foi três horas da manhã, mas não foi nada disso. E aí o que aconteceu? Eu estava com pouca roupa na minha bolsa, praticamente com poucos objetos lá dentro E no que eu passei na linha do trem, eu vi dois indivíduos caminhando. Puta, na hora que eu vi os dois indivíduos, falei: Poxa, eles vão me assaltar. Dito e feito. Eles apertaram o passo: Você aí, você aí, para, para, para, para. Parei, né? Vai fazer o quê? Vou parar, não é?

[01:03:49]

Vou parar, porra.

[01:03:50]

Aí ele apontou uma arma para mim.

[01:03:51]

Porra, estava armado.

[01:03:53]

E nesse ponto de travessia da linha do trem, tinha uma iluminação. É uma iluminação muito ruim de guise de passagem, mas tinha essa iluminação. Eu vi que era revolver, não dava para saber o calibre, deduzo que era o 38. E não sei se era revolver verdadeiro, poderia até ser simulacro.

[01:04:16]

Mas numa iluminação ruim. Mesmo hoje em dia, com uma iluminação boa, às vezes o cara está com simulacro que parece perfeito.

[01:04:25]

Exatamente. E ele me apontou a arma, ele falou: Me dá o seu relógio. Eu dei o relógio. E: Dá a sua bolsa. Eles estavam em dois, conforme eu disse, só que estava armado. Esse cara que estava armado, apontando a arma para mim, e o outro pegou minha bolsa. Quando ele pegou minha bolsa, ele abriu minha bolsa e não tinha nada demais. Tinha ali, cueca, short, camiseta, toalha, não tinha nada. Só a roupa? Não, não tinha nem uniforme, porque naquele dia, como eu disse, foi bate-volta. Então eu não estava com uniforme. Não, não tinha nada lá. E aí quando ele pegou minha carteira para pegar o dinheiro, a minha identidade estava lá. Aí ele fala para o comparça: Meu, esse cara é polícia. Porra, aí ficou... O meu coração, que já estava a 300 batimentos por segundo- Aí, entrou no modo turbo.

[01:05:19]

Você é louco, velho.

[01:05:21]

Ele ficou a milhão de batimentos por segundo. Caralho, mano. Aí, falou mais ou menos assim, eu não vou Não posso lembrar exatamente as palavras, mas ele falou: Meu, ele é polícia. O comparça dele, que estava com a arma, você tem certeza? Ou ele falou: É isso mesmo? Alguma coisa nesse sentido? Eu estava tão tenso, tão nervoso, eu estava transpirando. Isso eu me recordo muito bem. E aí, ele falou: Não é assim. Então devolve. O cara falou? Ele falou: Devolve. Aí, esse comparça que não estava armado, ele jogou a minha bolsa, jogou a minha carteira e falou: Pega para as suas coisas e vai embora.

[01:06:02]

Aí é o momento, cara, a hora que eu ajoelhei- Você acha que esse cara não vai tirar em mim, porra?

[01:06:08]

A hora...

[01:06:09]

Covarde, tudo covarde, porra.

[01:06:12]

Naquele momento que eu ajoelhei para pegar minha bolsa, pegar minha carteira, ele devolvou, inclusive, ele jogou o meu relógio, ou seja, eu não tive nada subtraído. Mas eu confesso a você que poderia levar o meu bem maior que era a minha vida. Eu falei: Poxa, não atirou até agora, agora que eu estou ajoelhado aqui, eu E na hora que ele der o estampido, eu vou tentar me jogar como coisa que ia dar tempo. Isso não aconteceu. E o cara que estava armado falou assim: E não olha para trás, vai embora e não olha para trás. Claro que eu não olhei para trás até hoje. Até hoje, eu ainda fico com medo de olhar. Na dúvida, eu ter o medo de olhar para trás. E confesso a você que quando eu saí da linha do trem, que eu atravessei a Avenida, vinha vindo o ônibus do Cometa, que eu ia pegar, no sentido São Paulo, e quando eu dei o braço lá para que o motorista parasse, ele parou e... Está tudo bem com você? Eu estava com a mão trêmula, transpirando, eu estava suando muito. Eu falei: Está, está, está, está tudo bem. Ia adiantar eu falar para o motorista?

[01:07:20]

Não, porra nenhuma. Nada.

[01:07:21]

E aí eu paguei minha passagem, sentei ali no banco e confesso a você que vim chorando, vim agradecendo a Deus. A Deus, pelo livramento. Pelo livramento que ele me deu. E confesso a você que foi muito marcante. E aí eu não passei nunca mais na minha vida ali na... Na linha do trem. Na linha do trem.

[01:07:40]

Que sirva de lição.

[01:07:41]

Que sirva de lição.

[01:07:42]

Não, mas é uma situação tensa, porque é momento ali que você está entre a vida e a morte.

[01:07:49]

Exatamente.

[01:07:50]

Para o senhor ver como é que é. O vagabundo, antes, ele respeitava o cara, ele respeitava o policial. Você viu, o cara viu que era policial, o cara falou: Devolva esse negócio dele e manda ele embora. Uma vez eu tive fato, roubaram a moto do meu irmão e os caras foram para favela com a moto do meu irmão, favela do Sapo, que é lá na parada 15, que o pessoal da Zona Leste conhece.

[01:08:13]

A área do 19o batalhão.

[01:08:14]

19o batalhão, exatamente. E aí eu cheguei em casa, meu irmão falou: Olha, os caras roubaram minha moto, e pediram dinheiro. Porra, foi pedir o dinheiro? Você é louco? Não, vai dar dinheiro nenhum, não. Não, eu vou dar o dinheiro para os caras. Meu irmão, hoje é advogado, vamos Onde eu vou dar dinheiro para fazer? Não vai dar nada. Aí meu irmão saiu, saiu na moto com o camarada dele e eu fui com o meu carro. Quando eu cheguei na rua, tinha o Opala seis cilindros, eu vi os caras com a moto do meu irmão. Aí quando eu acelerei o Opala, o cara escutou o barulhão, o cara desceu com a moto para favela. Chegando na entrada da favela, ele soltou a moto, correram para dentro da favela os caras e a moto do meu irmão ficou lá. Aí eu falei: Meu irmão, vem, pega a moto aqui. Quando eu falei assim, saí os caras armados, me cercaram na favela. E eu com duas armas pistolas, 38. Isso que fazem o que foi em 90, mais ou menos, no ano. Aí os caras saíram, me enquadraram. Eu lembro, com a calibre 12, outro com pistola, 38, várias, uma meia dúzia, me enquadraram.

[01:09:14]

Eu falei: pode ficar de boa, que eu não vim para trocar tiro aqui não, cara. Eu vim para pegar a moto do meu irmão. Meu irmão é trabalhador, roubaram a moto dele, o cara falou: você está armado? Eu estou armado, eu sou polícia. Levanti a camisa e falei: estou armado, eu sou polícia. O cara falou: põe suas armas no chão. Peguei, coloqueu no chão, pisei em cima das armas. Aí ele falou: você vem aqui apavorar, não vim apavorar não, vim para pegar a moto do meu irmão, cara. Falei: eu só quero a moto dele, quero embora, não quero atrasar lado, não quero nada. E você está ligado, se vocês me matarem aqui, a favela vai fechar e vocês não vão trabalhar. Aí o cara falou assim: Não, beleza, cara, pega a moto do seu irmão, pega suas armas, somee daqui. Foi o meu irmão... Aí a moto caiu, quem disse que ela pegava? Tenso, é? É, tenso. Foi: Abre o porta-malas. Joguei lá dentro do porta-malas, saímos de lá. Mas tudo isso para frisar que aquele tempo os caras respeitavam.

[01:10:03]

Não era comum do ladrão matar o polícia. Matar o police, não era igual a hoje. Acontecia, mas era raro.

[01:10:08]

Era raro. Hoje em dia, o problema é quem os nóia, esses nóias, esses malditos, esses macunheiros, que às vezes o cara está com a arma: É polícia, vão matar. Hoje virou troféu, o vagabundo. O vagabundo virou troféu matar polícia. Antigamente, não. Antigamente, o ladrão pensava assim: Se eu matar polícia aqui na favela, isso daqui vai ficar... Porque antigamente, a gente não descansava enquanto não pegava o vagabundo que matou polícia. Exatamente. Então era diferenciado.

[01:10:36]

Se você me permite rapidinho, Carlos. Não pode falar, chefe. Desculpa interromper a sua narrativa. Eu me lembro que quando eu estava na academia, o meu tio, ainda soldado lá no Patrilhamento Tático Móvel em Campinas, ele contando comigo, falou assim: Olha, demorou, mas a gente catou. O que foi, tio? Não, mataram colega na época e enquanto não prenderam, alguns vieram de pé e outros vieram deitados. Essa é a grande verdade. Quem entrou em confronto- Escolhe. Exactamente. O camarada entrou em confronto, ele escolhe para onde ele vai. Se rendeu, é crack, crack e DP. E cadeia. Exatamente. E aí, meu tio falou assim: Ficaram acho que três ou quatro dias naquela época. Eu não me recordo quanto tempo, mas eu acredito que tenha sido por volta disso, se bobear talvez até mais. Atrás dos caras. Enquanto não pegaram os caras, O Pelotão não voltou para casa.

[01:11:34]

A gente pode dizer que nós vivemos uma época dessa. Exatamente. Uma época que a PM tinha... Tudo bem, que às vezes eu falo- Essa é a Irmandade. É, é Irmandade. Às vezes a gente O que você fala aqui, o pessoal fala assim: Ah, Castro, você tem que entender que você vive outra, você está vivendo outra época. Não é que você está vivendo outra época. Hoje em dia, no batalhão de área, se você falar assim, eu não vou dizer o ambiente do batalhão de choque, porque eu nunca trabalhei no choque, mas no batalhão de área, se você chegar lá e falar: Vamos fazer churrasco, você não consegue juntar hoje meia dúzia de polícia. E antigamente era padrão. Vamos fazer churrasco, ninguém E a gente não tinha ninguém, ninguém ia embora, a não ser o cara que estivesse com problema na família. Então, ficava todo mundo. Era uma união muito grande. A PM era...

[01:12:24]

Era uma família. Você foi uma família. Exatamente.

[01:12:26]

Uma família que cobrava, se mexesse com o, o bicho pegava. Hoje em dia, não, ficou muito banalizado isso daí.

[01:12:35]

Eu acho que ficou mais esparso. Antes, era essa comunhão, essa Irmandade, era muito mais arraigada.

[01:12:44]

Respondeu uma pergunta aqui, o Chefe. Hugo Nogut. Boa noite, Castro. Pergunta para o Coronel qual é o curso para batalhão especializado que é mais difícil na PM, que o senhor acha?

[01:12:57]

Entendo eu, sob censura, De novo, eu estou dando a minha opinião e respeito, obviamente, a opinião de outros colegas, mas eu creio que os cursos do COI, de Operações Especiais, e o curso de Ações Táticas Especiais, são os dois cursos mais difíceis que têm na Polícia Militar.

[01:13:18]

Ambos do COI?

[01:13:19]

Não, não. Com o passar do tempo, o COI, ele acabou crescendo. Hoje, ele é comandado por major, assim como o Gatti também é comandado O Coy é o Coy Major. Se eu não me engano, são três companhias de COI e três companhias de GAT. E lá é ministrado seus respectivos cursos subordinados ao comandante do quarto batalhão de Polícia de Choque. Entendi. Então o COI, ele ministra o curso de operações especiais e o Gat, ele ministra o curso de ações tácticas especiais. Se a gente fosse fazer uma... Uma comparação. Uma comparação, o GAT é a nossa SWAT, em breve síntese. Entendi. Ele seria, grosso modo, a nossa SWAT. Então, ele tem uma ação específica, tem ação com reféns, age também com explosivos e é curso difícil. Eu não fiz o curso do GAT, mas tem colegas de turma e outros amigos que fizeram e pelas narrativas, creio que está no mesmo padrão e mesmo patamar das exigências, não só físicas, mas também psicológicas do curso de operações especiais que é administrado no COI.

[01:14:32]

O Belgrano fez outra pergunta aqui, pergunta se o senhor lembra do aspirante Amoni, que faleceu em acidente com a viatura em deslocamento, depois foram averiguar que era trote, o chamado.

[01:14:41]

Exatamente. Lembro sim, eu estava na academia E infelizmente, ele veio a perder a vida conforme o internauta na rua era trote e naquela ânsia de atender a ocorrência, acabou tendo essa fatalidade. Então, fica aí até a minha observação, aos colegas que queiram ingressar na instituição ou que já estão na instituição, a sua vida vale, vale muito para sua família e também para a instituição. Então, tenha cuidado no deslocamento. Cuidado a eventualmente passar semáforo vermelho. Você pode colocar a vida do seu colega que está literalmente do seu lado ou no banco, ali na retaguarda, em risco. Ele perder a vida, ficar paraplégico, sem contar a vida de terceiros.

[01:15:30]

É porque também o comandor não vale a pena. Eu, quando era recruta, no tempo que eu entrei na PM, tinha muito do recruta trabalhar com o antigo. Antigamente, era para o antigo segurar o recruta. Segure esse recruta aí, cara. Pelo amor de Deus, que esse demônio, se mais no cão, vai fazer merda. Hoje em dia é o contrário. Hoje em dia, põe o antigo com recruta, põe esse cara para trabalhar, cara. Empua esse cara para trabalhar. Hoje em dia mudou. E o antigo, uma vez, eu lembro muito bem, cara, o apellido era piru. Nós estava indo no robo a mercado e eu com a viatura parecendo louco. Ele: Tch, tch, tch, parou, parou. Primeiro quesito para a gente apoiar é a gente chegar lá. Nós não vamos apoiar ninguém se a gente se assidentar O que aconteceu comigo e que depois desse dia, eu confesso a você que eu comecei a pensar mais com o cérebro do que com o coração.

[01:16:29]

Ou seja, não ser tão emotivo assim. Eu estava no COI, indo para uma ocorrência de marginal em mata, que havia sido pedido o apoio, e nós fomos.

[01:16:42]

Ocorrência é extremamente difícil de marginal em mata.

[01:16:44]

Difícil, difícil. Eu posso citar algumas das quais nós tivemos é esto em empreender em indivíduos e outras das quais nós, infelizmente, não encontramos naquela área que nos foi dita de que em tese estaria ali o O infrator da lei. Mas... Tava em deslocamento. Tava em deslocamento e ali na Cruzeiro do Sul, tem uma descida, para quem conhece a zona norte, indo no sentido o bairro Santana. Desculpa, não é na Avenida Cruzeiro do Sul, eu me confundi. É na... Não, eu falei besteira, não é a Cruzeiro do Sul, é a paralela dela. Me dê branco agora, me perdoi.

[01:17:29]

É a rua lá do...

[01:17:33]

É do Hospital do Mandaqui. Me deu branco. Me deu branco.

[01:17:34]

Não, a engenheira está mais aqui para cá.

[01:17:38]

Me deu branco, me deu branco, me deu branco.

[01:17:40]

Mas aí, sem problema.

[01:17:41]

Você estava em deslocamento, você estava em deslocamento... Eu estava em deslocamento e era uma descida. E era uma descida e o semáforo estava verde. No começo dessa descida, eu vi o semáforo verde, o meu motorista também. Aí ele mudou para o amarelo e no amarelo, o veículo que estava a alguns metros da nossa frente, ele parou, ele não foi. Aí meu motorista, em respeito a ele, não vou dizer o nome, mas baita de profissional, inclusive ainda está na ativa, ele deu aquela pisada nervosa no freio, deu aquela cantada de pneu e faltou pouco, não batemos, nenhuma viatura bateu e nem a minha viatura bateu no carro que estava à frente.

[01:18:24]

E o pior é que vocês vim em comboio, né?

[01:18:25]

Vim em comboio. Isso é que é o pior. A sirêne ligada, o Os sinais luminosos também ligados, e não bateu por pouco. Aí depois eu pensei: Poxa vida, se eu bato, olha só como é que são as coisas. Às vezes, tem que acontecer com você para você parar para refletir.

[01:18:44]

Para refletir.

[01:18:45]

E aí eu falei: Poxa, se eu bato, eu tenho problema, e o que é pior, não chego na ocorrência para dar o apoio naquele policiamento diário que estava necessitando da nossa presença, haja vista essa ocorrência de marginal em mata. Não vou para ocorrência, ainda tenho problema. E ainda tem problema, e o que é pior, poderia ter ainda acontecido de alguém na viatura se lesionar ou até mesmo do civil que estava ali no carro do paisano. Então assim, depois que isso aconteceu, que meu coração subiu e desceu, acho que umas 40 vezes, que eu contei, eu Eu contei. Eu falei assim: Eu não vou fazer mais isso. Aí depois, é claro, fomos para ocorrência, tudo tal. E depois, quando nós voltamos nesse debriefing, eu reuni o efetivo e falei: Olha, aconteceu o fato assim, assim, assado. A gente tem que tomar cuidado, a gente acaba se deixando levar pela emoção. Desacervando, às vezes, pouco. Eu confesso que eu cometi erro de falar: Olha, vai pouco mais devagar. Não que eu estivesse acelerando o motorista, não foi isso, não. Mas eu devia ter falado: Olha, vamos pouco mais devagar, porque, de novo, eu vou ser repetitivo, mas é importante eu frisar isso.

[01:19:53]

Se eu bato, poderia ter acontecido a morte, poderia, de repente, ter acontecido de alguém ficar gravemente ferido. Ou a morte de terceiros. A morte de terceiro, a morte de colega. Exatamente. E não ia chegar na ocorrência, que era o principal motivo de eu estar me deslocando. Então, fica aí essa observação.

[01:20:14]

Você só falou de ocorrência na mata. Se teve alguma ocorrência na mata que teve algum confronto ou que chegou a prender o cara, mas sem confronto.

[01:20:25]

Sim, nós tivemos duas ocorrências em mata, que nós fomos acionados e que nós tivemos, que eu me lembro agora de bate pronto, não por nada, mas eu acho que, às vezes, o fato de estar aqui batendo o papo, às vezes, pode se esquecer de algum detalhe. Não, não, não, não, não, Onde a gente conseguiu prender os indivíduos, mas eles não estavam armados. Na verdade, a primeira ocorrência delas foi ali em Franco da Rocha. Houve uma fuga de distrito policial. Quando tinha os presos... Quando os presos ficavam no distrito. Isso aí faz muitos anos. E nessa época, nessa fuga, o pessoal do 26º Batalhão pediu nosso apoio E o COI acabou comparecendo lá. Era já na parte da tarde e é muito complicado, porque à noite favorece...

[01:21:24]

Favorece o vagabunda.

[01:21:25]

Sem sombra de dúvida. E naquela época, a gente não tinha o equipamento de visão noturna. Hoje, o COI tem. Então, isso facilita bastante, inclusive divisão térmica, que facilita bastante a atuação em situações como essas, mas na época não tinha. E aí, a gente fazendo o escaminhamento- No olhômetro mesmo. No olhômetro, observando certos detalhes e características da região. E aí, eu tive a oportunidade de prender o indivíduo, porque eu desconfiei de monte que estava à minha frente, que tinha galho, folhas, na verdade, não aparecia o corpo. Eu cheguei e fui com o fuzil, e na hora que eu dei a cutucada...

[01:22:12]

O cara falou: O seu, opa...

[01:22:14]

É, Você percebeu que tinha- Me achou. Eu percebi que tinha... Me achou, misurado. Não, não, não, então, pois é, olha só que engraçado. O ladrão não falou nada, mas eu percebi que tinha alguma coisa, eu falei: Perdeu o ladrão, levanta, levanta, a casa caiu. O senhor, desculpa, desculpa, desculpa. Estava de cueca, acredite. Estava de cueca, ele foi perdendo a roupa no meio do caminho, acho que para dificultar a localização e pegar eventualmente a roupa de outra pessoa. Alguns outros integrantes do meu pelotão também aconteceu, e nesse caso, particularmente, nós conseguimos que conseguimos capturar seis. Eu não me lembro quantos fugiram, mas nós conseguimos recapitular seis. E numa outra também que foi dentro do Parque Trianon Maspe.

[01:22:54]

Aqui?

[01:22:55]

No Trianon? No Parque... Mas ali não é bem uma área de mata, ali é parque, na verdade. É, é parque. E o que aconteceu? O indivíduo foi vítima de homicídio. Aí o pessoal... É o meu celular que está...

[01:23:12]

Não, chefe, fica de boa. Se quiser atender aí também, pode ficar na boa.

[01:23:15]

Está trocada. Eu já ligo já, minha mulher.

[01:23:19]

Melhor atender, porque vai... Melhor não arriscar. Melhor não arriscar.

[01:23:28]

Vai dormir onde, Castro?

[01:23:30]

Na Casinha do cachorro. Na Casinha do Dog.

[01:23:35]

Pois é. E quando a gente entrou no parque, qual é a informação que a gente tinha? Olha, é indivíduo que foi vítima de homicídio e esse indivíduo entrou no parque. E aí, fazendo o escaneamento dentro do parque, dividindo em quadrantes e fazendo a busca, eu também tive o privilégio, se é que eu posso dizer privilégio, de encontrar o indivíduo, nesse caso, ele estava pelado, mas ele estava com folhagem também por cima. De novo, fazendo escaneamento, existe técnica para isso. E aí, acabei encontrando o indivíduo, a mesma coisa, perdeu, perdeu, perdeu, o senhor, desculpa, tal... Nesses dois casos vieram a pessoa se entregou. Inclusive, voltando a falar sobre esse de Franco da Rocha, os outros cinco aconteceu de uma forma semelhante com os outros integrantes do pelotão. De, ao serem encontrados pelo pelotão de ali de operações especiais, acabaram se entregando, até porque não estavam armados nem com arma branca.

[01:24:33]

Isso aí, a gente sempre fala que o Coronel, a gente sempre fala que a PM é legalista. Sim. Legalista, extremamente legalista. Aí, você está no meio de uma mata, sem nenhum tipo de comunicação visual, de lugar nenhum. Não poderia, se não fosse legalista, não poderia matar o vagabundo ali?

[01:24:53]

Com certeza.

[01:24:54]

Só teve todas as chances, mas não fez por quê? Porque a gente tem aquele censo O cesto de legalista, a gente só revide, no caso, uma injusta agressão. Quando há injusta agressão, o cara se rendeu, eu sempre falo, o vagabunda, ele vai do jeito que ele escolher. Exatamente. Se está dentro da mata, lá, mesmo dentro da mata, ele tenta partir, mesmo para tentar tomar a arma, ele vai tomar. Porque eu penso assim, a partir do que o vagabundo, o maconheiro, ele tenta contra policial armado, fardado e armado, ele assumiu Ele assumiu o risco. Então se vir para cima, que está acontecendo muito, até depois vou perguntar para o senhor, o que o senhor está achando dessa situação agora, que a PM, graças a Deus, está começando a dar uma resposta para essa vagabundagem, esse bando de macoelho que estão partindo para cima dos policiais para tentar tomar a arma do policial. E muitas vezes já obtiveram sucesso algumas vezes e acham que vão ter sucesso sempre. Eu acho que uma vez eu vi o comandante geral da PM, o coronel Cácio, e falar que a Polícia tem que ter atitude. O Policial tem que ter atitude.

[01:26:09]

A partir do momento que o vagabundo tenta... Nós tivemos agora recentemente paraisópolos aqui, no O pior também é que o cara partiu para cima do Polícia, o outro parceiro dele dá tiro na perna dele. Eu penso que a PM tem que agir desse jeito, não agir fora da lei, mas também usar a lei a seu favor. A partir do momento em que... Qual a intenção do cara é de partir para cima do Policial armado? É ter uma arma dele e fazer dele vítima. A polícia, ela tem que agir. O Policial fica como... Porque muitas vezes também a PM amarra você não vai poder responder o policial. Por quê? Você está respondendo procedimento aí, você não vai poder fazer a Degen, a delegada. Entendeu? Muitas vezes o policial não exita em tomar uma atitude pensando na... Pensa muito. E quando pensa muito, qual é a opinião atual do senhor?

[01:27:07]

Eu comandei o 38º batalhão. Uma área crítica. Difícil. É lá na região de São Mateus, o parque São Rafael. Cidade de Tiradentes também, não é? Não, Cidade de Tiradentes já era do 28º batalhão.

[01:27:21]

Já era do 28º, já.

[01:27:22]

Era do 28º, pelo menos quando eu trabalhei, a área circunscricional do batalhão, os principais bairros eram o O Parque São Rafael, a Fazenda da Ajuta e São Mateus. Então, o que eu vejo é, sempre, sempre, tem que estar dentro da legalidade, nem pode ser diferente. Não pode ser diferente. É por meio da lei que você vai se resguardar. O seu lastro está na lei. Agora, se você age além do que está na lei, você responde por isso.

[01:27:55]

Isso é praxe.

[01:27:57]

E aí é que está o detalhe. A nossa profissão é uma profissão difícil, porque eu vejo que nessa fração de segundo, onde o camarada, o camarada não, o policial militar, o profissional, sabendo de uma série de coisas, não só da legislação, mas também de como está a sociedade no dia de hoje, é como é que eu devo agir, como é que eu devo proceder? Insisto, sempre dentro da legalidade. Se você agir fora da lei, você vai responder pelas consequências e não vale a pena. Não vale. Se você tiver que reagir a assalto, ou até mesmo se você estiver dentro de confronto, muda de figura, o cenário é outro. Mas essa fração de segundo, e justamente nesse momento, seja quando você está a paisana, reagindo a assalto, até mesmo trabalhando em confronto, é difícil. Porque nessa fração de segundo, dependendo do momento que você está vivendo, inclusive no seu psicológico, como já aconteceu, o camarada é capaz de dar quantos tiros? Inúmeros tiros. Por outro lado, se ele está abalado também psicologicamente, e vendo agora no lado oposto, é capaz de ele sequer apertar a tecla do gatilho. Será que o camarada, se ele está com problema na família, com o pai, infelizmente, em momento difícil, eventualmente- Problema familiar grave.

[01:29:29]

Uma ruptura cultura de relacionamento com a sua mulher, o filho que Deus o livre, morreu recentemente, esse camarada, ele não vai ter condições psicológicas de trabalhar. E muitas das vezes, eu pude ver isso, que o PM, ele não quer mostrar como força de expressão, é que ele está fragilizado. E nesse momento, ele está. Não, é melhor eu voltar a trabalhar, assim pelo menos minha cabeça fica ocupada. Eu entendo em parte, mas por outro lado, imagina nesse momento mais difícil, mais crítico. Será que ele vai- Ele vai exitar. Ele vai exitar. Ou, senão, ele pode agir de uma forma precipitada. Poxa, esse foi ladrão que matou o meu filho. Aí numa situação com essa de confronto, é capaz de ele descarregar a pistola. E não é Não é razuável.

[01:30:15]

Não é fácil, porque ele vai associar aquela situação ao filho e talvez em ato, não digo de vingança, mas a flor da pele e reagindo àquela situação, então não é fácil.

[01:30:31]

Nossa profissão não é fácil. Não é fácil, porque- Essa decisão é difícil.

[01:30:34]

Além de você ter que repelir uma injusta agressão, pode ficar, fica à vontade. Além de você repelir uma injusta agressão, você tem que dosar aquela- É difícil.quela resposta. Exatamente. Quer dizer, além de você ter, às vezes, o policial exitar, ele tem que dosar a aquela resposta. Então é extremamente difícil.

[01:31:02]

Não é fácil. Não é fácil. Não é fácil. Essa decisão de atirar ou não, não é fácil. É terrível. Você treina, treina, treina, treina, treina, justamente para diminuir o risco de erro. Seja você tirando a vida de inocente ou eventualmente perdendo a própria vida. Então o treino faz com que você diminua essa possibilidade. Mas ela existe. Existe.

[01:31:27]

O pessoal, mais de 600 mais mais de 300 pessoas na live, só 300 e poucos likes. Vamos dar like pessoal. O like é bom, o YouTube vai passar para as pessoas que está tendo programa. Então vamos dar o like para gente para ajudar a gente, beleza? Agradecer aqui o Heleno Souza, a minha sobrinha Bruna, o Gabriel Pascolin, o Eduardo Valverde, o pessoal que está mediano a live. Parabéns pela mediação. O pessoal está dando aquela força, fica mediano, fica às vezes alguém, algum exacerbado, fazer algumas perguntas, aí já vão lá e já dá aquele... Filtro? Aquela tramontina, aquele corte rápido. O pessoal está perguntando que você não está falando nada, Morão.

[01:32:13]

Vou falar agora. Aê, mano. Pedir autorização aqui para o nosso comandante Castro, o sargente Castro, quem comanda aqui é hoje, não é o coronel Friano, não.

[01:32:21]

Que prazer, meu.

[01:32:24]

Opa, quero fazer uma pergunta aqui para o nosso coronel Friano. Tendo em vista, tendo sido o comandante do 38º Batalhão, uma região bem crítica, tendo em vista a região metropolitana, a extensão dela, o estado de São Paulo, o governo que a gente está agora de socialistas, as invasões de terra no estado de São Paulo são visíveis. O próprio O senhor já manifestou que aqui não tem invasão de terra, o direito à propriedade vai ser preservado. Comandante, em que momento o senhor precisou dar alguma ordem para descer a borracha em invasões de terra, para manter o direito à propriedade do cidadão de bem? Não levando em O que é a situação, o movimento, o porquê, mas sim o direito à sua propriedade. Algum momento, o senhor teve que dar essa ordem, teve que efetuar a reintegração de posse, vendo famílias, como o senhor lidou com essa situação?

[01:33:12]

Só fazendo uma breve observação, O Código Civil, espero não estar equivocado, mas ele permite que no prazo de 24 horas, o desforço imediato é de responsabilidade do proprietário. Então é ele, proprietário, pelo Código Civil, é ele que tem obrigação de tirar o camarada lá que está invadindo o imóvel dele.

[01:33:38]

Nas primeiras 24 horas.

[01:33:38]

Nas primeiras 24 horas. E, posteriormente disso, ele tem que entrar com uma ação judicial de reintegração de posse. Então, nessa situação que você citou, o que eu tive, na verdade, foi a ação de reintegração de posse.

[01:33:52]

Que aí já era uma... Só ia fazer retirada daquele pessoal, mas com a ordem judicial.

[01:33:58]

Exatamente. Na Na verdade, a Polícia Militar, ela vai dar segurança ao oficial de Justiça que está cumprindo a determinação do Judicial.

[01:34:08]

Isso que muita gente não entende.

[01:34:10]

Exatamente. A Polícia Militar não faz a reintegração de posse. Quem faz a reintegração de posse é o oficial de Justiça, que por determinação do juiz, ele comparece no local juntamente com o proprietário. E a Polícia Militar, ela vai dar segurança para que esse oficial de Justiça compra a determinação judicial. E nesses casos, o que acaba acontecendo? Eu tive alguns poucos casos lá no 38º Batalhão de ter certa resistência, aonde deles, inclusive, Acabou chegando, fazendo barricadas. Era uma área considerável, diga-se de passagem.

[01:34:52]

Por acaso, não foi na Fazenda da Juta, não, essa aí do senhor?

[01:34:55]

Não, não foi.

[01:34:55]

Eu cheguei a participar de uma na Fazenda da Juta, ali, foi bem tensa mesmo.

[01:35:00]

Não, não foi. Não foi. Foi na área de São Mateus mesmo, na área da segunda companhia, na época. E quando a gente chegou lá, então havia essa barricada, havia vários... Eu ia falar como é container... Tambores. Tambores, exatamente. Haviam vários tambores ali, impedindo ou tentando impedir o acesso da tropa para que a gente pudesse fazer com que o oficial de Justiça chegasse até os líderes, os responsáveis, para poder fazer a integração. Contra a tropa, teve utilização de rojão, pedra, pau contra a tropa. Então quem atuou primeiro ali foi a minha força táctica, que utilizou munição química. E após a utilização de munição química, houve a dispersão desses invasores e a gente conseguiu chegar a progredir. Não houve confronto direto no sentido de dar borrachada, como você disse, mas a gente teve que utilizar da munição química para fazer com que esses invasores se afastassem e a gente pudesse tirar esses obstáculos e pudesse, obviamente, adentrar o terreno.

[01:36:17]

A Força Atrás te fez o escalonamento de força, não é?

[01:36:19]

Exatamente.

[01:36:20]

Após o uso da munição química, se continuasse vindo para cima da tropa, o confronto O pessoal ia ser inevitável. A gente evita o máximo.

[01:36:34]

Exatamente. Mas... Mas imagine só você com pau, com pedra, com rojão para cima de você. É complicado. Isso pode te matar, isso pode te cegar, isso pode trazer uma sequela... Muito grande. Exatamente. Então, foi utilizado essas munições químicas na época, justamente com a finalidade de afastar esses invasores ali e a gente poder adentrar o terreno. E aí a reintegração foi feita, foi só o único momento de tensão que houve, que eu me lembro agora de bate pronto, de quando eu comandei o 38, aonde foi uma reintegração de poste mais sensível. Nós tivemos integrações maiores, mas que não houve problema. Ela foi demorada, foi longa, é cansativa, mas nós não tivemos- Massante demais. Massante. Realmente é muito cansativo, mas a gente não teve problema. E reintegração de posse na área de São na época que eu comandei lá, eu fiquei por três anos e meio na região de São Mateus. É uma região que eu tenho com muito carinho, gosto muito demais daquela região que eu tive a oportunidade de comandar aquela tropa. O detalhe é que o camarada sai da área que ele invadiu, ele vai invadir uma outra.

[01:37:48]

Isso daí é... Porque é orquestrado.

[01:37:51]

Exatamente. E aí eu pude perceber que várias pessoas eram envolvidas em pseudo, como se fosse pseudo dono, pseudo proprietário. Então, olha, aqui está o barraco, você me paga tanto de aluguel. Aí quando tem reintegração de posse, se é que já não tem outro local que foi invadido ou eventualmente já está invadido por ele, aí ele aluga para uma outra pessoa para poder morar ali, e aí o problema fica crônico, infelizmente.

[01:38:22]

Tem até pseudo vagabundo desse daí, que hoje em dia está até querendo chegar aí a... Isso, vamos falar o nome, nessa gente. Vamos falar o nome, lógico, não é, meu? Mas está querendo chegar aí à prefeitura de São Paulo e usa esse artifício aí, usou muitas vezes, o canalha, fica usando o povo como massa de manobra. E é o que eu sempre falo, às E, às vezes, uma criança, ela fica traumatizada com a PM, porque fala assim: A Polícia me tirou da minha casa quando eu morava em tal lugar, a polícia tirou da minha casa. Por quê? Porque infelizmente, a PM é quem fica sempre com a parte no fim do negócio. O oficial de justiça vai lá, a terno a gravatinha dele, a ordem judicial para apresentar. Houve confronto? Ele já sai de cena, quem entra somos nós. Exatamente. É a Polícia Militar que vai fazer o serviço braçal, que vai fazer o serviço, infelizmente, serviço ruim. O serviço que muitas vezes não é visto com bons olhos, porque o pessoal não entende, na verdade, que nós vamos ali cumprir uma ordem judicial. Exatamente. E quem está, que nem o senhor falou, quem está tirando o pessoal da casa do local invadido, é o oficial de Justiça e o Juiz.

[01:39:34]

Nós só vamos fazer a segurança do oficial de Justiça.

[01:39:37]

Exatamente. E essa parte quando chega com viatura, dependendo do caso, como eu já participei também quando eu estava na tropa de choque, teve uma grande reintegração de posse aqui na fazenda da Juta. Eu era tenente, eu estava na tropa de choque. Então, foi o segundo batalhão de choque, o terceiro batalhão de choque, foi a cavalaria, porque era uma área muito grande. Não houve confronto. Mas tinha muita criança chorando, tudo, porque talvez os pais colocando medo ou a própria movimentação em si...

[01:40:07]

Jogando a criança contra a polícia.

[01:40:10]

E a criança vendo que está saindo de casa, ali é onde eu moro. A cabecinha dela... Não que ela tenha uma estrutura... Ela não sabe que é uma invasão. Exatamente. Não que ela tenha uma estrutura para pensar dessa forma, mas é minha casa, por que eu estou saindo? Por que eles estão tirando o meu pai, minha mãe daqui, meu pai está chorando, estão tirando as minhas coisas, os meus brinquedos, a para a cama. E a criança é criança. Ela não vai ter discernimento de falar: Poxa, meu pai entrou aqui, ele invadiu a área aqui, eu não vou entrar no aspecto legítimo ou não dessa situação. Mas ela não tem essa capacidade para compreender. Então, realmente, acaba trazendo uma cicatriz.

[01:40:49]

O próprio sistema joga as pessoas contra a polícia. Porque até pelo nosso trabalho, fala: Está vendo aí? Quem está tirando a gente da casa é a polícia. E não é assim que funciona.

[01:41:02]

Exatamente.

[01:41:02]

O Robson mandou superchat para gente aqui e essa pergunta aqui sempre é jargão. Vocês já presenciou alguma ocorrência sobrenatural?

[01:41:11]

Sobrenatural? Ocorrência ghost.

[01:41:14]

É uma doença ghost. De repente, entrando em presídio e vai lá, entrando em X lá e: Polícia, não tem ninguém. Caralho, porra, que é essa? Olha, meu. Olha... Nós entrevistamos aqui o... Quem foi que veio ontem aqui? Deu branco aqui. E ele falou que... O Rodrigo, o Trede Rodrigo, ele falou que ele estava tomando banho na rota. Lá, ele tomando banho, ele sentiu alguém pegar no braço dele. A luz acabou. A O Luiz, ele falou que ele estava tomando banho. No momento que ele estava tomando banho, a luz acabou. O chuveiro ficou frio, mas ele falou que estava no meio do banho. E foi que, de repente, ele escutou alguém, alguma pessoa puxando o braço dele. Na hora, ele já saiu desabalada O dinheiro, eu vou dizer, quase caiu. Então, quer dizer, o pessoal conta isso daí, às vezes a pessoa... O senhor já teve algum, presenciou assim, já viu ou alguém falou da equipe do...

[01:42:10]

De ter morrido lá, a gente e que tinha alguns veteranos, vou falar de veterano, de policial militar que estava fallecido e que aterrorizava ali quando ia rondar, então tinha lá uns fantasmas.

[01:42:27]

Eu confesso que- O senhor nunca presenciou, não, Não, mas não quer dizer também que eu ia 12 por 8.

[01:42:33]

É tipo a loira do banheiro, lá que é a loira do banheiro.

[01:42:36]

Exatamente.

[01:42:37]

Da escola, a loira do banheiro.

[01:42:39]

Exatamente. A famosa loira do banheiro. Deixa eu ver, eu sou de Campina, sou do interior e também tinha essa lenda.

[01:42:44]

Tinha, essa lenda aí, eu tinha medo do caralho de ir no banheiro, os caras falavam: Cuidado, minha loira, vim com os algodões no nariz.

[01:42:52]

É, exatamente.

[01:42:53]

Puta que pariu, mano.

[01:42:54]

Então, eu quando ia... Caralho. Eu quando ia rondar O stand de tiro, na minha época, que eu trabalhei, que eu era aluno oficial, eu confesso a você que eu ia com uma lanterna daquela de avião para iluminar até 10 quilômetros da minha frente. Pelo amor de Deus. Mas não tive algo nesse sentido.

[01:43:19]

Ainda bem, porque deve ser negócio deselegante.

[01:43:21]

É, não, deve ser algo pavoroso.

[01:43:23]

O Vantuilds Pascolin, o pai do nosso Gabriel Pascolin, que está administrando a live também, ele perguntou qual a opinião do senhor sobre as câmeras corporais. Qual que é o senhor que trabalhou em batalhões especializados, vários batalhões especializados, trabalhou na periferia, trabalhou comandando batalhão de área, qual que é a opinião do senhor?

[01:43:51]

Eu, particularmente, vejo com muito bons olhos. Por que disso? Entendo eu que aquilo serve como uma ferramenta de salvaguarda, de resguardo para o policial militar. Porque a ação que ele faz, se porventura for questionada, está gravada. Agora, veja, se eu vou até parafraseando o ex-presidente, o Bolsonaro, se eu vou agir fora das quatro linhas da lei, eu respondo por isso. Se eu faço coisa errada, eu tenho que me preocupar. Ah, mas se eu estiver em confronto, ué, mas se eu estou em confronto, eu estou em confronto, poxa vida, eu estou dentro de uma legalidade. Eu não estou executando, eu não estou matando alguém simplesmente porque eu desconfiei dele e fui lá e atirei. Se eu estou fazendo isso, eu estou fazendo fora da lei e vou responder por isso. Isso é crime, isso é homicídio, isso é execução. Isso eu faço.

[01:44:46]

Mas você não acha que a população está vendo isso com lado errado do uso da câmera? A partir do momento que ela fala: Por isso você está gravando, ele não vai me agredir. Eu posso partir para cima dele.

[01:45:00]

Não, mas se ele partir para cima de mim, eu estando gravando ou não, independentemente disso, eu vou tomar a minha providência. Exatamente. Veja, qual é o pior cenário que pode acontecer no nosso trabalho? É alguém morrer. É. Está certo? É o pior. Seja o PM ou seja o infrator da lei, seja o vagabundo, seja o ladrão lá. Se ele escolheu esse caminho, se eu estou agindo dentro da legalidade, eu não tenho que me preocupar. Agora, veja, eu vou exagerar. Eu chego em confronto e eu dou 10, 12 tiros. E o cara estava lá com revolver 38. E aí quando verifica no tambor dele da capacidade que havia no tambor, cinco munições, vamos colocar cinco munições a título de exemplo, tinham só quatro, e das quatro, só tinha uma munição da qual estava o projétil. As outras estavam picotadas, ou seja, ele não agiu contra você. E se agiu contra você, será que vai justificar? Será que não houve excesso? Eu, particularmente, respeito, obviamente, quem pensa o contrário, até porque eu não sou o dono da verdade, nem pretendo ser. Eu estou dando o meu ponto de vista. E que a câmera é favorável ao policial militar.

[01:46:17]

Eu quero registrar aqui fato que aconteceu no meu batalhão, onde as câmeras corporais ainda não havia chegado. O 38º batalhão foi dos primeiros batalhões a receber as câmeras corporais. O que aconteceu antes disso? O chamado Romeo e Julieta, ou seja, tinha policial militar masculino e feminino, foi atender uma ocorrência. No momento, agora, eu não me lembro a área da companhia O vídeo foi atender a ocorrência. Pois bem, mas o vídeo que chegou para mim, qual foi? Foi de uma pessoa que estava na varanda, numa parte superior, e gritando uma voz feminina: Você E é mais ou menos assim: Você está batendo na minha amiga, larga a minha amiga, tal. E esse policial militar, ele estava prendendo essa mulher que estava na rua. O que aconteceu, Castro? Quando isso chegou da corrigedoria para eu apurar, eu falei: puxa vida, pelo vídeo que eu vi em si, em primeiro momento, deu a entender de que o policial militar agiu de uma forma errada, excesso, porque ele acabou dando uma chave de braço na mulher, acabou prendendo a mulher e ela gritando e aparentemente estava fora de si, não sei se drogada ou eventualmente alcoolizada. Castro, qual não foi quando eu chamei, na verdade, eu, força de expressão, a minha sessão- Essa gravação que chegou para corrigidora foi a gravação que a mulher fez?

[01:47:53]

Que a mulher que estava lá em cima- Está fazendo. Ela fez. Entendi. E ela foi maldosa, ela foi ardilosa. Ela gravou aquilo que foi conveniente e oportuno. Por que disso?

[01:48:04]

Ela tinha até uma vaga na globosta, se ela quisesse ser... Podia ou não, dia, amor, não?

[01:48:10]

Castro, olha, é sério. A colega, a soldado que estava junto com esse policial militar, ela estava com uma caneta que gravava.

[01:48:27]

Nossa, mano.

[01:48:28]

Uma caneta que gravava. E quando eles foram chamados para ir na sessão de Justiça e Disciplina para serem ouvidos, o oficial JD me chamou, eu fiz questão de ver o vídeo, fiz questão de conversar com ambos e parabenizá-los. O que aconteceu? Ela acionou essa gravação e quando chegou no local, essa mulher que estava na rua, ela estava visivelmente fora de si e estava fazendo verdadeiro escándalo na rua. E quando os PMs chegaram, ela começou a ofendê-los: Vocês são uns bosta, você não presta, você é vagabundo. Só a palavra de baixo calão e com ofensas. O policial militar falou: Olha, você está alterada. Eu estou pedindo para, por favor, para que você se comporte...

[01:49:22]

Isso tudo na filmagem da policial.

[01:49:24]

Exatamente. Que na filmagem que a corrigedoria recebeu, não dava para ouvir, não tinha áudio, só tinha áudio dessa pessoa que estava na varanda, que era sobrado, e gritava: Lá era minha amiga, para com isso, que agressão. Mas esse momento que eu estou falando, foi momento lá na frente. O que eu estou falando foi momento que antecedeu. E essa mulher, ela cuspiu na cara do PM. Foi quando ele deu a chave de braço e a prendeu.

[01:49:56]

Porque o fato de cuspir para quem não sabe, é E caracteriza o desacato.

[01:50:01]

Exatamente. Prendeu por desobediência e por desacato. E nesse momento que ele deu... Veja, o momento da filmagem que chegou para corrigedoria, foi esse momento que ele deu a chave de braço e colocou ela de uma maneira forçada, até porque ela começou a se debater, dentro da viatura. Eu te pergunto, Castro, você vendo essa cena, o que você pensa? Poxa vida, o policial militar fazendo assim com uma O que é que... Exatamente. Agiu de uma forma...

[01:50:32]

É justamente o que a mídia faz. A mídia faz isso daí.

[01:50:36]

Isso aí com essa filmagem, isso não apareceu na mídia, isso não apareceu na televisão. Mas com essa filmagem que teve, depois eu perguntei para a PF, quem gravou? Aí ela falou: Não, coronel, fui eu que gravei. Eu tenho uma caneta que ela grava e quando a gente chegou no local, eu coloquei para gravar. E no que gravou, estou mostrando aqui aqui na sessão de Justiça e Disciplina, como aconteceu do início ao fim. Então, Castro, olha só como é que são as coisas. Ela cuspiu no policial militar, foi quando ele deu a chave de braço.

[01:51:11]

A voz de prisão para ela.

[01:51:12]

Deu a voz de prisão, deu a chave de braço, colocou a OGM e colocou ela dentro da viatura e conduziu para o distrito policial. Foi quando essa pessoa lá em cima, na varanda, acabou chegando e começou a gritar: Larga minha amiga, larga minha amiga, e por aí vai. Eu te pergunto, se Não tem a filmagem que essa policial feminina havia feito, seria a palavra dessas duas pessoas, da que foi presa e da que gravou, contra dos policiais militares. Te pergunto, eu consegui testemunhas ou eventualmente, filmagem de alguma câmera de segurança? Nada. Não, não consegui. Minha JD foi bastante cautelosa e não conseguiu. E qual seria a tendência de pensar que de repente, fala: Poxa, ele agiu de uma forma inadequada. E não foi nada disso. Por isso que eu, particularmente, sou em prol da câmera.

[01:52:07]

Eu respeito a opinião do senhor, não por o senhor ser o coronel aqui, porque a gente respeita a opinião de todo mundo aqui. Eu só acho, essa é a minha opinião, vou passar para o senhor, a gente, igual a Policial Femenina, ela comprou aquela caneta com o dinheiro dela para se empregar. Eu trabalhei na Rocando 21 e nós também. Antes do advento de vir as câmeras pela PM, a gente tinha a nossa câmera que a gente gravava a ocorrência ou algum acompanhamento para produzir provas a nosso favor. O que eu acho que essas câmeras deveriam ser assim: a PM disponibilizar a câmera para o policial, está aí. Você aciona ela a hora que você achar melhor para você. Por quê? Eu vou explicar para o senhor por quê. Vou pegar o nome aqui que ele falou. Aqui que ele disse que, por exemplo, se uma pessoa vai fazer uma denúncia, ela fica melindrada por causa do uso da câmera do policial. Por quê? A partir do momento que ela vai fazer uma denúncia, a gente fala uma cagoetagem de algum, está ao lado da minha casa, tem ponto de tráfico. Essa pessoa, hoje, ela já não se sente tão confortável de ver o policial com a câmera.

[01:53:27]

Agora, se o policial está com a câmera aqui e ele fala assim: Não, essa câmera aqui, eu vou desligar ela aqui, vou pôr ela aqui para a senhora ver que não está funcionando. O policial ter esse feedback, entendeu? Então eu acho que a câmera, não nesse modo que ela é usada, a título de fiscalização, que eu acho que ela está sendo mais usada como fiscalização do que propriamente para produzir provas a favor do policial. Agora, o senhor falou isso daí, eu vou falar fato de que ocorreu, não sei se o senhor ficou sabendo, o sarrento Matei, lá de Mauá. O sarrento Matei, ele foi abordar vagabundo. De dentro da viatura, ele levanta a mão. O cara: Não, não sei por que. Levanta a mão. Quando ele estava desembarcando, dando voz para o rapaz levantar a mão, o cara enfriou a mão na cintura, sacou a arma. Ele efetou dois disparos, baleou o vagabundo, o vagabundo caiu, aí ele foi lá, tirou a arma na cintura, simulacro. O vagabundo estava com simulacro. Não tem problema nenhum. Menteu a mão na cintura e sacou. Agora que eu falo para o senhor, estava filmado. O que eu quero dizer para o senhor é o seguinte: se não tivesse filmado, você acha que a dúvida não seria grande falar assim: o cara ia sacar simulacro para você, você apontando uma arma?

[01:54:44]

Então, nesse caso aí, a câmera foi- Fundamental. Fundamental, fundamental.

[01:54:49]

Para mostrar a legitimidade da ação.

[01:54:51]

A legitimidade, exatamente. Então o Matei, vamos dizer assim, ele se salvou de ter uma dor de a cabeça maior, justamente por causa da câmera. Eu só não concordo que ela seja usada 12 horas direto enquanto o policial, porque inibir até o policial conversar dentro da viatura. Ele não tem uma liberdade de trocar uma ideia dentro da viatura, porque está ali a câmera corporal. Então eu acho a câmera corporal, ela é excelente para o policial, desde que mude-se essa operacionalidade dela. A câmera está aí, o policial. Vou descer em uma favela, está inflamada. Opa, bom, partiu para cima de mim. Liguei minha câmera. Aí já fala para o policial: Está gravando. Se alguém vir para cima, já sabe. Então eu acho que deveria ser feito assim. Para ajudar o policial, para realmente ajudar, tinha que ser feito desse jeito. Mas a gente vai estar debatendo, isso é muito novo também, esse advento da câmera é muito novo. A gente está debatendo isso daí, eu acho que vai chegar em denominador comum. Vai chegar uma hora, mas que ela é o futuro, isso daí... Nós não temos dúvida, país de primeiro mundo usa isso daí já há muito tempo.

[01:56:06]

Exatamente. Então é o futuro, mas só que eu acho que deveria ser adaptado à cultura, à realidade brasileira.

[01:56:15]

Castro, me permita. Eu até poderia citar aqui o nome do sargento, mas eu vou citar a ocorrência, que foi na área do quinto batalhão, foi o No ano passado, o que você acha de indivíduo que está dentro de bar armado, que já havia efetuado disparo de arma de fogo, não foi dito o calibre, mas houve disparo de arma de fogo? Imagine você ou você, e você recebe essa ocorrência, onde o cara está dentro do bar, não é roubo, mas ele está armado e efetou disparo de arma de fogo. Você, CGP, próximo do local, fala: Eu vou atender a sua ocorrência. Esse sargento, ele foi com o fuzil. E ele, quando adentrou, ele deu tiro de fuzil e matou esse cara. O que você pensaria no primeiro momento? Eu não estou te dando muitos detalhes de propósito para você justamente pensar: Puxa vida, caramba, mas o cara de fuzil atirou contra cara que estava com uma arma de fogo, revólver ou pistola, parece desproporcional. Ainda bem que esse sargento estava com a câmera. Quando ele desembarcou, ele fez conduta de patrula, e aí pode ser constatado também pelos outros integrantes, pelo outro integrante da viatura que estava junto lá com ele, da equipe que estava lá, e depois de uma outra que veio no apoio, ele fez conduta de E quando ele fateou que ele foi entrar, isso tem gravado, isso está na câmera.

[01:58:07]

Eu estou falando porque eu participei, posteriormente, da Comissão de Mitigação de Risco. Essa E a concorrência foi assim, padrão manual. Padrão manual. Porque ele está com o fuzil aqui no terceiro olho e ele fala para o indivíduo: Larga a arma. Ele aponta a arma para o sargento. Sargento, assim, ele apontou a arma para o policial militar. Ele apontou a arma para o policial militar.

[01:58:36]

Aí é sem massagem.

[01:58:40]

Aliás, grande amigo meu, aliás é abraço, O sargento Alan. Ele falava, ele é vereador lá de Ribeirão Pires, e ele fala justamente isso: Ladrão é sem massagem. E ele agiu de uma forma técnica. Ele falou: Larga a arma. A hora que ele apontou a arma, ele deu tiro de fuzil. Quando o fato chegou ao nosso conhecimento, eu falei: Poxa vida, mas tiro de fuzil? E depois, verificou-se que era revolver. Não parece desproporcional? Poxa, tiro de fuzil? Então não vamos dar fuzil, porque afinal de contas, poxa vida, tiro de fuzil, não. Ele tem essa arma para ser utilizada. É para ser usada de uma forma técnica, que foi justamente o que esse sargento do quinto batalhão fez. E ainda bem que tinha a câmera, porque em primeiro momento, se não tivesse a câmera, talvez E se fosse questionada a atitude dele, a licitude da ação dele. A desproporção, não é? Exatamente. E olha, não foi nada disso que aconteceu, muito pelo contrário. Então, Eu sou suspeito de falar, eu vejo de uma forma positiva. O que você comentou: Poxa, mas eu estou na viatura, eu estou conversando. Pois é, mas a câmera, se é que não houve alguma alteração, essa E a parte de conversação, ela não está gravando.

[02:00:03]

Ela tem a imagem, mas ela não tem o áudio. Então se vem algum indivíduo para de repente delatar: Olha, o meu vizinho ou na rua de trás está tendo tráfico, está acontecendo isso, está acontecendo aquilo, Essa conversação não vai estar gravada pelo áudio.

[02:00:20]

Mas aí é onde está. O civil, o paisan, não sabe disso.

[02:00:24]

E essas imagens... Inibir isso. Pode inibir, sim, pode inibir. E essas imagens, elas são confidenciais. E o camarada que eventualmente a divulga, não sendo dentro daquilo que prevê a lei, ele responde por crime.

[02:00:41]

É, porque a gente vê muitos casos de ocorrência. No dia O dia de manhã, quando é depois do almoço, as imagens estão aí já, no WhatsApp da vida.

[02:00:50]

Pois é.

[02:00:51]

Isso é uma coisa que não deveria até acontecer.

[02:00:54]

Não, não deveria acontecer.

[02:00:55]

Não deveria acontecer, porque eu acho que o intuito, O que você vê, sempre, das câmeras é ajudar o policial. Sim. Sempre ajudar o policial. Sem dúvida. Até você vê que o povo aqui, bastante gente falou assim, o Rodrigo Sil, as câmeras vão destruir a ação policial, vão inibir o policial já para os comandantes é fácil controlar a tropa. Caso dessa policial da caneta é caso isolado. O pessoal vê isso daí. Porque o que acontece? Eu vou explicar para o senhor o que acontece. O policial, que já não é muito afeto a trabalhar, ele bota a culpa na câmera, porque ele fala: Eu não vou abordar, porque se eu abordar cara e o cara estiver com uma pontinha de maconha, eu vou ter que levar para o DP porque a câmera está gravando. Aí já onde está acontecendo, o que eu vejo aí, eu vejo que eu falo para o senhor, porque eu ando na rua de moto para cima para baixo, eu não vejo tantas abordagens como tinha antigamente. Você vê que aquele cara que é mal intencionado, que é vagabundo, o policial que entra para cumprir as 12 horas dele...

[02:01:55]

O famoso olho de vidro.

[02:01:56]

É o olho de vidro, aquele cansado.

[02:01:58]

Não vê nada, exatamente.

[02:01:59]

Não vê Ele já se estimula pela câmera, fala: Ah, mano, não vamos abordar não, porque senão a gente vai ter que pegar uma pontinha de maconha, vamos conduzir para o DP, vai dar trabalho, sendo que deveria ser exatamente o contrário. O cara não tocou a câmera, pegou o cara lá com a maconha, leva para o DP.

[02:02:20]

Que é nossa obrigação. É uma obrigação. E digo mais, o comandante de companhia, claro que ele tem os seus auxiliares, é necessário que verifique aquela A equipe que está trabalhando, ela está produzindo? Produzindo de que forma? Como que ela está agindo? Qual foi a produtividade que ela teve? Poxa, como é que você tem, vou dar exemplo hipotético, trabalhando mês e você não teve uma arma apreendida? Você não teve ninguém conduzido? Poxa, você está tão preventivo assim? Isso desperta também para os superiores, para o CGP, para o comando de força e para o comando de companhia para que ele possa ter controle e verificar, poxa, mas aquela guardação não está trabalhando.

[02:03:01]

Por que a outra está? Uma está e a outra não está.

[02:03:04]

Eu vou citar o fato, mas eu não vou citar o batalhão por uma questão de ética e nem iria expor, obviamente, o batalhão em si. Mas uma determinada força tática, o pelotão, como é que passa? Um mês, eu estou falando de 30 dias. Bom, de 30 dias, de 30 dias 12 por 36, então vamos melhorar a minha afirmação. 15 dias e pegou só duas armas numa área- É admissível. Numa área que infelizmente é carregada e que se sabe que tem ação de meliantes. Eu te pergunto como é que uma força na prática, em mês, 15 dias, melhor dizendo, de trabalho, pega duas armas.

[02:03:51]

Nadmissível. Mas essa cobrança antigamente, sabe como é que era feita, Tasha? Só sabe disso daí. Sim. Era entre nós mesmos. Exatamente. Estava em pelotão de táctico, tinha seis barcas, estou entendendo, eu peguei uma arma, você pegou e você não pegou nada. Exatamente. A cobrança era nós mesmos que faziam.

[02:04:08]

Não teve flagrante, não teve nada?

[02:04:10]

Exatamente.

[02:04:11]

Você está trabalhando mesmo? Então assim, são mecanismos também que serve para que os superiores hierárquicos dessa equipe possam também estar atento e verificar se de fato ele está trabalhando como deveria ser. É diferente se ele está no POP, é diferente se ele está numa base comunitária. Mas Se ele está trabalhando no 01, no atendimento de ocorrência, até mesmo no status III, ele tem que produzir. Ele tem que produzir, ele deve produzir, porque ele é pago para isso. Então, como você disse, e é verdade, o mão cansada, ele talvez possa usar de artifício. E aí essas pessoas que têm o dever de verificar a produtividade... Para ver se tem alguma coisa que chame a atenção. Esse fato que eu estou narrando para você, como eu disse, a ideia não é expor o batalhão, mas é uma coisa que me deixou assim inconformado. Como é que pode uma força táctica de uma área difícil-Difícil, uma área crítica-só duas armas?

[02:05:13]

Eu falo sempre aqui, o comando, eu falo direto que a abordagem é a menina dos olhos da PM.

[02:05:19]

Exatamente.

[02:05:20]

É onde você vai tirar o vagabundo de circulação.

[02:05:23]

E olha, eu aprendi quando eu estava estagiano, no primeiro de choque, quando eu era aspirante, lembra quando o Zé me perguntou? Eu fiquei 45 dias lá na rota. E pouco importa do soldado ao oficial, de você ver a padronização de condutas que havia naquela época, que eu imagino que foram aperfeiçoadas. E, grosso modo, onde eu quero chegar, o que eles falavam era isso: quando você está numa abordagem, ou você faz amigo ou você prende ladrão.

[02:05:54]

Exatamente, esse é o jargão da rota, esse daí é... E é verdade.

[02:05:57]

Não é verdade? O que você aborda? Inclusive, vindo para cá, o Mourão... Inclusive...

[02:06:04]

Põe e ponhe aí.

[02:06:05]

É... Vindo para cá, o Mourão viu quando uma equipe de rota estava abordando dois indivíduos ali na marginal. Das duas, uma, ou esses caras não tinham nada e vida que segue, ou esses indivíduos, nesse momento, estão no distrito policial. Então, eu vejo que é bem por aí.

[02:06:27]

Eu sinto muito O coronel, eu vejo muita... Eu sinto falta de ver as viaturas bordando, de passar e ver os caras bordando, ver...

[02:06:37]

Olha, Castro, uma coisa que eu vejo, e eu concordo com você, eu creio que de uns tempos para cá, a impressão que eu tenho é de que muita gente, força de expressão, de que pessoas que entram na instituição estão preocupadas é com o emprego, que é aquilo que você falou das 12 horas. Então, o camarada, ele prestou o concurso... Contra o compromisso. Exatamente. Ele não tem o engajamento, ele não tem o compromisso. Ele quer o emprego, ele quer o salário, se for possível, fazer bico, ter a degenha, delegada, pouco importa, e acabar com o horário e vou embora para minha casa.

[02:07:16]

Falando nisso daqui, tem uma pergunta exatamente em cima disso que o senhor acabou de falar. Deixa eu ver aqui... É o Samuel Batista: Coronel, a grande baixa de inscritos no concurso da PM vem sendo recorrente. Por qual motivo, na sua opinião, vem acontecendo isso? E se puder, dá conselho para quem está entrando na profissão. No começo, nós falamos sobre isso, e o senhor, o que o senhor acha dessa diminuição de concorrentes Isso aí, a vaga de policial militar?

[02:07:47]

Olha, eu nunca trabalhei na diretoria de pessoal que é a responsável para fazer a seleção, seja o concurso para soldado ou para oficial. Eu não você poderia afirmar, olha, é isso, exatamente, está acontecendo isso, isso e isso. Agora, nós temos várias possibilidades. Talvez por conta de salário, talvez pela localização, por outros empregos que oferecem- Pela violência. Pela violência, que infelizmente sempre teve e que talvez, em algumas redes televisivas, acaba potencializando. E não é bem assim, dá a impressão que o negócio está caos. Eu não vejo dessa forma. Meu pai, quando vê determinados programas que aparecem na televisão, do jeito que ele comenta comigo, dá a impressão de que a cada esquina tem alguém querendo te roubar. E não é bem isso. Então a gente tem que tomar cuidado para não ficar com esse monstro na cabeça. Isso não quer dizer que eu também vou chegar e vou ficar andando com correntinha de ouro, com brinco, etc. A mulher, exatamente, em locais que fala: Poxa vida, está pedindo para ser furtada, para ser roubada, principalmente. Então eu entendo que são vários fatores que acabam influenciando. O camarada, O que é importante, é que o sistema que está prestando o concurso hoje para a instituição, faça uma visita a dos quartéis da Polícia Militar, que tem vários espalhados pelo Estado.

[02:09:23]

O que é importante daí? Ele vá, seja no policiamento- O outro dia nós falamos com o Terreiro de Rodrigo, ele falou que uma sexta-feira por mês, tem essa visita lá na rota. Então, é importante daí, o bombeiro... O que é o que é entrar na instituição? Vá no quartel mais próximo da sua casa, vá no quartel do bombeiro, vá no quartel do policiamento ambiental, do policiamento de choque, do comando de aviação da Polícia O que é que se chamava antigamente de grupoamento aéreo? Para você conhecer quais são as modalidades que tem na Polícia Militar, quartel de Policiamento Rodoviário, o que a Polícia Militar de fato faz? É claro que o grosso da instituição está trabalhando no Policiamento Ostensivo, seja na capital, na região metropolitana ou no interior. E uma pequena parcela é que vai estar em unidades especializadas. Mas o que o Policiamento faz? Vai em quartel, vai conhecer, vai bater papo, mas tem a cautela de não ouvir uma única pessoa e ter a visão dela. Você me permita a brincadeira, por favor? Eu falo brincando, que eu sou alfabetizado, tenho o dente na boca e sei ler e escrever. Então se você me permita a brincadeira e aos internautas, eu não te forço para o Corinthians.

[02:10:37]

Então se eu pego alguém que é fanático pelo time e ouve essa minha brincadeira, ele vai ouvir aquilo, vai acabar, supondo que me conheça, cortando amizade, vai acabar se sentindo ofendido, capaz até de me ofender, e não foi nada disso. Então eu ouvi a opinião de uma pessoa, eu vou ouvir de uma segunda, de uma terceira, de uma quarta, para poder ter a minha convicção. É importante que a pessoa possa se acautelar, porque toda profissão: Ah, eu quero ser juiz. Pô, ganha bem, bacana, legal. Mas é: Está tudo bem? É assim? Será que o juiz muitas vezes não recebe ameaça? Eu sei onde você mora, eu sei onde sua filha estuda. Família. Não é assim, não. Eu já tive juiz... Eu já tive juiz de força de expressão, me expressei Já aconteceu de ter juízes protegidos pela Polícia Militar de quando a gente trabalhou no batalhão de choque, porque ele foi ameaçado de morte. E acontece. E aí, de que adianta você ganhar bem, sendo que você está sendo ameaçado de morte? E o cara é juiz. Então a gente tem que tomar alguns cuidados, porque toda profissão, sem exceção, tem os seus pontos positivos e negativos.

[02:11:53]

Agora, precisa colocar na balança e ver o que mais vai pender. É os pontos positivos? São os pontos negativos? Uma das profissões mais perigosas que se diz, ou pelo menos que eu ouço dizer, é o mergulhador de plataforma, aonde eu sou mergulhador também, trabalhei no corpo de bombeiros, não comentei essa parte, trabalhei no corpo de bombeiros.

[02:12:16]

O quanto tempo você trabalhou no corpo de bombeiros?

[02:12:18]

Por pouco tempo, eu fiquei três anos no corpo de bombeiros.

[02:12:20]

Mas já deu para ter uma experiência legal.

[02:12:22]

Sim, sim. E fiz o curso de mergulho, mergulho autônomo, e o mergulho de plataforma, ele tem a vida muito curta, justamente por causa da pressão que existe debaixo d'água, ele mergulha a grandes profundidades e isso ocorre em envelhecimento. Por mais que ele faça tratamento, tudo tal, vai causar prejuízo no seu organismo.

[02:12:46]

E aí ele tem- Um envelhecimento precoce.

[02:12:48]

Exatamente. Então a vida útil dele nesse tipo de trabalho é por pouco tempo. Ganha bem, mas é por pouco tempo. É custo-benefício. Não, mas eu quero ganhar bem, tal, depois eu procuro tratamento. Então, assim, são coisas que você tem que avaliar.

[02:13:03]

Avaliar o custo-benefício.

[02:13:05]

É, então ouvir de uma, duas, três, uma não, que seria muito pouco, no meu ponto de vista, mas de ouvir de várias pessoas, o que você vê de positivo e negativo na profissão ser policial ou militar? Olha, eu vejo isso, eu vejo aquilo, eu vejo aquilo outro. E procurar você também ter a sua opinião diante de todas essas conversas que teve. Fica aí a minha sugestão. A dica.

[02:13:33]

É isso aí. Você colocou o vídeozinho da Camila aí? Está aí, não. É? Olha, pessoal, vamos falar aqui do nosso patrocinador. Joga aqui no meio, hein? Câmera no meio, aqui. Vamos falar pouquinho do nosso patrocinador, se o senhor me permite falar dos patrocinadores. Claro. Olha, pessoal, Blazer. Vou falar da Blazer, que está aparecendo o negócio do cochão, mas é da Blazer. 40 rodadas grátis, você usando o link aqui do programa, joga com responsabilidade, Você vai demorar pouquíssimo segundo para você fazer o seu cadastro lá. Você vai fazer o cadastro, vai jogar 40 rodadas gratas lá com o link aí que está com o link, não é? Está aí embaixo na descrição. Está na descrição o link aí, 40 rodadas gratas, joga com responsabilidade, não vai jogar o dinheiro lá do aluguel, não vai jogar o dinheiro da prestação de nada, não. Joga com responsabilidade. Beleza, pessoal? E também, vamos falar da doutora Camila. Põe a Camila, cadê a Camila? Camila Moura. Camila Moura, se você tem qualquer problema... Nome bom. Camila Moura. Se você tiver qualquer problema de pensão, de aposentadoria, quer fazer uma revisão, sua aposentadoria, você acha que não está a contento? Você quer ver se tem uma diferença lá?

[02:14:51]

Camila Moura, entre em contato com ela aí, tem o Instagram dela, @camila. Moura. Advogada. Ela vai dar uma atenção é especial para você, vai olhar o seu caso e eu tenho certeza que ela vai dar uma melhorada na sua aposentadoria. Beleza, pessoal? É isso aí. Pode continuar. Vamos lá. Tem uma pergunta aí, Morão?

[02:15:13]

Comandante, que mensagem o senhor deixaria para os jovens que querem ingressar na carreira da Polícia Militar e de que maneira, quando já dentro da instituição, eles poderiam ter uma carreira gloriosa? Lembrando, novamente, que a gente quer resaltar os valores da Polícia Militar, do herói de verdade, e não ficar protegendo vagabundo.

[02:15:33]

Olha, é boa. Boa, exatamente. É uma boa observação, boa pergunta. Primeiro, é se dedicar. O policial militar, ele estuda, ele se mantém atualizado, ele faz curso dentro da instituição. Você que vai prestar o concurso para a Polícia Militar, é importante que você não só tenha uma conduta correta, mas também pense dentro da lei. Você E quando passar no concurso, você vai aprender essa parte legal. Poxa, mas eu posso fazer isso, eu posso fazer aquilo? Então, dentro do curso de formação, pouco importa se para oficiais ou para soldados, você vai aprender a legislação para que você, obviamente, não cometa erro. E você que está estudando, tenha a sua conduta sempre primada pelas condutas corretas para que você não caminhe para o lado do mal. Porque quem tem a perder é você. A Polícia Militar, entre outros órgãos, investiga a sua vida. Aí vai verificar e você na escola, por exemplo, o seu diretor, ele quer ouvir O nome do capeta, mas não pode ouvir o seu nome. Tem alguma coisa errada. Ah, mas por que é disso? Porque ele fez isso, isso, isso, isso, isso Tenha a sua conduta sempre correto. Se você está na dúvida se aquilo é correto ou não, procure uma pessoa mais velha e procure saber se aquele tipo...

[02:17:11]

Olha, no Google, força de expressão, você acha se não for de tudo, é quase tudo. Para saber se aquilo é correto ou não. O engraçado que eu vejo muitas vezes é que às vezes é aquilo que é correto ou conveniente para mim. Eu achei engraçado, na onde eu moro, o pessoal me conhece e o camarada lá falou assim: Não, porque eu estou pensando em entrar na Polícia Militar, tudo tal, o que que o senhor acha? Eu falei: Sinceramente, você não merece.

[02:17:43]

Já na lata.

[02:17:45]

É. Aí ele falou assim: Mas por quê? De uma forma afrontosa. Eu falei: Olha, você faz furto de energia elétrica e você faz furto de água na sua casa, o famoso gato. Você acha isso Isso é crime. Exatamente. E se isso é crime, como é que você quer entrar na Polícia Militar? O Maurício Miriam- Aí ele ficou quieto.

[02:18:11]

Porque o que eu falei era verdade. Já mexeu lá no calinho dele lá.

[02:18:18]

Exatamente.

[02:18:18]

Muitas vezes a pessoa acha que o fato de ela fazer gato não é uma coisa errada. Lógico que é que é errada. Sim.

[02:18:26]

É errada aquilo. Como aquilo me convém, eu não pago água, eu não pago energia elétrica, sem falar o gato net. Mas me convém, então está tudo bem.

[02:18:34]

Quando convém, está bem.

[02:18:35]

É, exatamente. Mas aí, poxa vida, quando houve a verdade, é verdade, dói. Então não faz coisa nada, poxa vida.

[02:18:41]

O Maurício Miranda, vou dar uma sugestão. Quem quer entrar na Polícia Olha, assistam o podcast de respeito igual a esse. Ouviram os policiais que têm ombra idade e que são honestos e sérios. Já é ótimo começo, beleza? Olha, eu vou- Valeu, Maurício Miranda. Obrigado, cara. É isso aí.

[02:18:57]

Eu vou dar testemunho rápido, se me permita, Castro, para a gente finalizar, pelo menos da minha parte. Pode finalizar. Eu era tenente da tropa de choque. Fazendo patulhamento na região central, naquela época, nós encontramos uma BMW parada na rua com o vidro aberto. Achamos estranho. E não tinha nada aparentemente, e verificando pelo copom, aquele carro constava como produto de furto. Então, eu entrei em contato com o copom solicitando para que procurasse o proprietário para que a gente pudesse levar o carro lá na Delegacia, porque foi obviamente objeto de crime, e o delegado acabou solicitando perícia. Posteriormente, o carro foi levado na Delegacia, houve a entrega do veículo, tal. Mal sabia eu que aquele indivíduo era empresário. De novo, eu encontrei uma BMW, produto de furto, fiz a minha obrigação, certo? Isso Depois, posteriormente, ele falou assim: Eu gostaria de te ajudar. Confesso que de coração, pensei comigo, não falei, mas eu pensei: Me ajudar como? Não entendi. De coração, eu não entendi. Ele falou assim: Eu queria saber quanto que eu posso te ajudar. Eu falei: Olha, por favor, eu fiz a minha obrigação e eu vou me sentir ofendido se o senhor falar isso de novo.

[02:20:28]

Não, mas poxa, vocês encontraram o meu carro, poxa, devem ter dado... Não é questão de trabalho. Esse é o meu trabalho, é a minha função.

[02:20:35]

Já ganho para isso.

[02:20:36]

Eu ganho para isso. Se bem ou mal, não vou entrar no mérito. Confesso que melhor. Seria melhor ganhar pouco mais. Mas é verdade, poxa vida, a profissão merece.

[02:20:47]

Merece, com certeza.

[02:20:48]

A gente arrisca a vida pela população. Quem é que arrisca a vida pelo outro?

[02:20:54]

Ninguém, nenhuma profissão faz isso.

[02:20:56]

Eu não vejo profissão que o faça. Então, esse camarada, quando ele fez isso, aí depois, ele acabou chegando e falando: Olha, esse aqui é o meu cartão. Caso o senhor precise de mim, estou à sua disposição. Eu falei: Olha, eu agradeço. Não fiz mais do que a minha obrigação. Será uma satisfação receber o senhor lá no quartel para tomar café conosco? Eu era segundo tenente e não tinha feito ainda o curso de guerra na selva. E esse indivíduo não acabou indo no quartel. Posteriormente, confesso a você que acabei jogando o cartão dele fora. Mas eu não gostei daquilo que eu vi. Eu tenho os meus defeitos, eu não sou perfeito, mas uma coisa que nunca, nunca, ninguém vai colocar o dedo na minha cara é falar que eu sou desonesto, que eu não tenho hombridade, porque eu tenho caráter, eu tenho os meus erros, eu tenho as minhas falhas e admiro o meu erro. Tenho personalidade forte, isso não quer dizer, de novo, que eu sou o dono da verdade, mas eu procuro agir de uma forma correta dentro da lei e daquilo que eu entendo que é o razuável. Então o fato de ele ter falado aquilo para mim, se porventura eu fosse uma pessoa de mal carácter- Às vezes, ele falou até numa boa intenção, não é?

[02:22:06]

Exatamente.

[02:22:06]

Eu poderia- Mas a gente, quando envolve dinheiro, não soa legal. Então, mas eu poderia- Não é de honesto. Se eu fosse de mal carácter, percebendo aquilo, esse cara deve ter dinheiro.

[02:22:19]

Vou colar nele.

[02:22:21]

Poderia dar uma desculpa qualquer para o pessoal da minha equipe, da viatura, dá tempinho aí.

[02:22:26]

Depois, você estava com o cartão dele.

[02:22:28]

Exatamente. Também. Também. Ou ir para cantinho e falar: Olha...

[02:22:34]

Vê o que o senhor quer. Vê o que o senhor pode me ajudar.

[02:22:37]

Pelo menos aí com X, alguma coisa nesse sentido. Mas é uma coisa que meu pai e minha mãe me ensinaram, é não desonrar o nome da família. Então, eu confesso a você que eu não gostei, não falei de uma forma explícita: Não, não gostei, mas assim...

[02:22:56]

Mas o fato também dele não ter ido atrás do senhor, ele sentiu que...

[02:23:02]

Mas mesmo que ele tivesse ido lá para tomar café comigo, seria uma satisfação. Mas assim, é ponto final, porque eu não vejo como correto eu receber uma gratificação, está certo? E respeito, obviamente, quem tem as suas condutas diferentes da minha. Eu não sou santo e nem quero ser canonizado, mas eu não entendo como correto de eu receber o dinheiro do civil, do paisando, do cidadão, por trabalho que é minha obrigação. É diferente, por exemplo, eu quase salvei a vida do fulano de tal, me joguei, caí no Rio Tietê, fiz o caramba, tudo e cetera. Poxa, olha, você ficou com uma doença, eu posso pagar o tratamento? Eu entendo que sim.

[02:23:51]

Danificou o seu fardamento, eu posso comprar farda para você? Não é obrigação da pessoa, é obrigação da PM. Não, exatamente. Você se sente bem ali, é diferente, é É uma coisa diferente.

[02:24:00]

Nesse exemplo, que eu estou dando, eu lembrei fato concreto que aconteceu de soldado do segundo de choque, aonde uma mendiga, aliás, caiu ali no Rio, ele não sabia nadar e ele entrou no Rio Tietê, ela se salvou e ele perdeu a vida. O soldado do segundo, isso faz muitos anos. Eu lembro. Isso aí faz muitos anos. Então, numa situação como essa, vamos supor que isso não tivesse acontecido, ele ter perdido a vida, mas ele tivesse pego uma doença e, supondo, que não fosse mendigo e fosse uma filha de alguém importante. E a pessoa vem e fala: Poxa, eu posso te ajudar? Pode sim. Eu estou aqui com uma doença de pele, eu peguei isso, aquilo, aquilo, outro. Eu entendo que seria razuável. Porque, afinal de contas, talvez o hospital militar não tivesse condições de eventualmente comprar medicação, que às vezes é cara, eu confesso que não conheço, mas deu para entender o espírito da coisa. E insisto, eu estou dando o meu ponto de vista.

[02:24:59]

É a opinião do senhor. Exatamente. A gente rende o respeito aqui. Aproveitando aqui, vamos falar aqui da nossa empresa, do nosso amigo Morão, Cristiano Morão. Eram blindados, blindado...

[02:25:13]

Alto padrão, Isso aí...

[02:25:15]

Alto padrão. Alto padrão.

[02:25:16]

Alto padrão.

[02:25:16]

Transfer blindado, escolta armada.

[02:25:19]

Isso, você que quer transitar em segurança por São Paulo, uma das capitais mais violentas do planeta, a qualquer hora, a qualquer minuto, quer levar seu filho para a escola, sua filha para a faculdade, quer ir até o seu consultorio, até o seu escritório...

[02:25:31]

Vem de fora, de repente há negócio aqui no estado...

[02:25:36]

Buscamos onde for preciso, sargento.

[02:25:38]

Porque infelizmente, ninguém está livre de sofrer atentado, de repente, roubo. Porque queira mesmo a Polícia Militar, a Polícia Militar de São Paulo, sendo extremamente valorosa, extremamente competente-Mas não está à tua esquina. Mas não está em todo lugar ao mesmo tempo. Então é É uma garantia que a pessoa vai vir, vai fazer o serviço dela, vai vir transitar aqui de boa, com segurança.

[02:26:06]

Segurança, conforto, por exemplo.

[02:26:07]

E para contratar, entra em contato como?

[02:26:09]

Você vai entrar em contato pelo email cristianomorão blindado. Com. Br, pelo próprio site também, temos o site, ou pelo telefone 119-4348-09-92. Lembrando que se falar que é escrito do Schneider Cast, você vai ter 20% a menos no seu orçamento.

[02:26:29]

Pod Castro também, né?

[02:26:30]

Pod Castro também, sempre.

[02:26:32]

Me ajuda, não é?

[02:26:33]

Me ajuda aí, não é? Não, não, não. Me ajuda aí, Bode Castro, hein? Chefe, para a gente fechar aqui, eu vou fazer uma pergunta que fizeram aqui para mim. Eu achei E aí, para mim, é interessante eu perguntar para o senhor. Pois não. Qual a opinião que o senhor tem sobre os CACs?

[02:26:52]

Sobre os CACs? Olha, o senhor é a favor?

[02:26:58]

O senhor é contra? O senhor acha que tem que mudar algum procedimento? Qual que é a opinião do senhor?

[02:27:05]

Eu, particularmente, sou a favor. Eu entendo que essa restrição que houve, ela não me parece razuável, porque a finalidade do CAC é uma. Porém, se o integrante que está lá para fazer as suas atividades de uma outra forma, É ele que deve ser penalizado- Desvirtua a finalidade. Exatamente. É ele que deve ser penalizado e não, eventualmente, o camarada que tem estante de tiro, que está correto, que está legalizado, está dentro das normas, dentro da legislação. É como eu. Se eu chego, se eu praticar roubo, a Polícia Militar é que vai ser penalizada? Não. É eu, pela minha conduta. Eu é que tenho que ser punido. A instituição não tem nada a ver com a minha conduta. Então entendo eu, Que no caso dos CACs, não falando da pessoa, mas sim falando dos órgãos que os gerencia, eu entendo que pela mudança da legislação foi bastante restritiva e que talvez a bancada que trabalha não só na Câmara dos Deputados, mas também no Senado, possa mudar. Eu ouvi dizer, não sei se procede essa informação que eu recebi, de que estaria para ter uma mudança no futuro breve. Não sei até que ponto isso é verdade, se de repente é alguém aí que está com uma visão muito positiva, mas eu, particularmente, vejo com bons olhos o pessoal do CAC.

[02:28:42]

Boa. Eu também sou extremamente a favor. Eu acho que todo mundo tem que ter... A arma é como carro. Se o cara gosta de dirigir e ele quer ter carro, ele vai lá e compra o carro. Lógico, vai tirar habilitação, vai ter todos os trâmites.

[02:28:58]

Você quer ver algo também fazendo uma analogia, eu vi alguns comentários de manifestações contrárias à escola cívico-militar. Mas espera lá pouquinho.

[02:29:11]

Isso falou pouco...

[02:29:12]

Mas espera lá pouquinho. A escola cívico-militar é para ingressar quem quer. Não é que todas as escolas serão cívico-militar, não é nada disso.

[02:29:21]

E os pais podem escolher colocar o seu filho lá ou não.

[02:29:23]

Tem a faculdade de escolha, não é obrigatório. Ah, não, mas então serão os militares? Não é nada disso. A ideia de que haja disciplina, haja organização, haja respeito, que inclusive acontece em outros estados da federação, e acontece isso de uma forma muito positiva. E tem, inclusive, uma aqui no estado de São Paulo que tem esse resultado positivo. E o mais importante disso tudo é essa voluntariedade. Se fosse algo obrigatório, a semelhência do que você falou, excelente exemplo que você deu, é o caso do carro. Eu tenho a faculdade de fazer curso de habilitação, faço o exame e aí eu vou ter carro. Mas e se eu não quiser? Eu não vou pagar a IPTU, não vou pagar o curso de forma... E não vou ter carro.

[02:30:15]

Exatamente, é isso aí. É ponto final. Hoje, o senhor falou da Escola Cívico-Militar. Qual não foi minha surpresa? Ao ver que o Ministério Público Federal está vendo a inconstitucionalidade da Escola Cívico-Militar, é uma É absurdo, cara. É absurdo. É absurdo, cara. Escola cívico-militar, eu tenho filho de cinco anos, eu quero que ele estudie na escola cívico-militar. Eu faço questão de Deus me ajudar e eu conseguir uma vaga para ele lá.

[02:30:45]

Que é onde a criança aprende português, matemática, geografia, ele não aprende...

[02:30:51]

Pornografia.

[02:30:51]

Pornografia, putaria, nem ideologia.

[02:30:53]

Nesse caso, de gênero, nada. É uma coisa inadmissível. Aí vem uma maconheira que foi lá invadir a léspe, que se diz presidente da União dos Estudantes, ela está brigando para ter ensino ruim, porque o ensino cívico-militar é excelente.

[02:31:17]

Excelente, comprovado.

[02:31:18]

Comprovado. Tem comprovações sobre isso. É comprovações, Isdo aí. Eu não estou falando aqui, não sou especialista. É verdade. Eu já vi especialista dizendo que várias As pessoas que chegaram a grau acima foram estudar em escola cívico-militares, que é ter o respeito. É bom até para os professores, que os professores são respeitados. No meu tempo que eu estudava, eu tenho 57 anos, mas no meu tempo que eu estudava no Brasil, o professor entrava, você levantava, cantava o hino nacional todo dia, o hino da bandeira. Então é inadmissível. O ministério público federal, perdendo o tempo com a merda dessa, com o Tarcísio, o governador Tarcísio, junto com o pessoal da Alésia, aprovaram aí e agora estou querendo jogar água no chope. Pelo amor de Deus, isso é uma palhaçada.

[02:32:06]

Isso é inadmissível. Você falou do caso do CAC, é bem por aí mesmo. Quem quer ter uma arma, ele preenche os requisitos Da mesma forma que o carro. Eu quero ser habilitado para dirigir carro, eu quero ser habilitado para dirigir uma moto, para caminhão. Eu preencho os requisitos, preencho.

[02:32:23]

Então, já era.

[02:32:24]

Bom, é minha opinião.

[02:32:26]

Nós estamos aqui com mais de 500 pessoas ao vivo aqui ainda. O senhor tem alguma consideração, o senhor quer... Morão, se tiver mais alguma pergunta, se tiver alguma consideração, pode ficar à vontade. A câmera é do senhor aqui, o senhor pode ficar à vontade para fazer as considerações do senhor.

[02:32:41]

Eu quero agradecer ao convite que me foi feito a todos aqui da equipe. Muito obrigado. Espero que o senhor tenha gostado. Sim, gostei bastante de conhecê-los, desse network. E você que pensa em entrar na instituição, na Polícia Militar, a minha sugestão: Continue firme, continue nos seus estudos, continue treinando, faça o que é correto, que quem tem a ganhar é você. E sugiro: vá a quartel, você fala: Poxa, será que é isso mesmo? Será que toda a profissão tem seus prós e seus contras? Então vá a quartel ou alguns quartéis da Polícia Militar, vá conhecer essas facetas que a instituição tem para que você possa ter a sua opinião, amadurecê-la e vê se realmente é isso que você quer. Nós precisamos de pessoas que tenham compromisso com a instituição e tenham essa vontade de trabalhar em da população, e não de pessoas que entrem na instituição pensando em somente ter emprego. A gente não precisa aqui de pessoas que querem o emprego, nós precisamos aqui de pessoas vocacionadas. E eu tenho certeza que você, que gosta não só aqui do programa, mas também da atividade que exerce, que atuam, melhor dizendo, o policial militar, vai fazer com que você possa ter o seu sonho realizado.

[02:33:56]

Obrigado, parabéns a todos pela pelas ações, pela que nós conversamos e estou à disposição eventualmente para uma outra oportunidade. Muito obrigado.

[02:34:05]

O segurão, fica à vontade.

[02:34:07]

Agradecer o pessoal, agradecer nosso coronel Emerson Friano, o sargento Castro, para o meu sobrinho Mateus, o exemplo dos caras aqui, vamos entrar para a Polícia Militar, que nós vamos sambar na sua cabeça antes de você fazer o curso.

[02:34:17]

Aí sim.

[02:34:19]

Obrigado, curte aí, pessoal. Curte o canal, compartilha, nos ajude a manter esse canal vivo, orientando os jovens, trazendo pegadas pesadas, cortes legais. Schneider Cast com Danilo Schneider, o sargento Castro, hoje, o coronel Emerson Friano, Cristiano Morão. Obrigado, viu, gente?

[02:34:35]

Isso aí. Mandar abraço aqui para o Wesley BR, grande sargento Castro, sempre acompanhando o seu podcast, bom sucesso. Manda abraço para a família Brandão, meu saudoso vô, sargento que foi formado pelo estado Pernambuco, cidade de Recife. Minha continência, Pontigão, é isso aí meu, maravilha. Muito obrigado a todos, obrigado ao Eduardo Valverde, ao Gabriel Pasqualim, ao pessoal, o Van Twilts, o pessoal aí, o Antuilds, o pessoal que acompanhou, que mediou a live, foi muito boa, muito produtiva. Meu, várias perguntas, quase 700 pessoas ao vivo, no pico. Foi muito bom. Deixa eu ver. Ah, mandar Um beijo para minha sobrinha, para a Bruna, que ela também estava mediando. Foi muito bom a live, foi muito esclarecedora. O pessoal falou aqui que o senhor muito centrado, vários elogios para o senhor aqui, falando que o senhor é uma pessoa centrada, uma é uma pessoa que fala bem, uma pessoa que se comunica muito bem e sabe o que está falando, porque o importante é isso, é vir aqui, porque os especialistas de segurança somos nós. Nós somos especialistas de segurança. O senhor na parte de comandamento lá, na parte de comandamento do senhor e a gente aqui na parte operacional, mas nós somos especialistas de segurança, não esses maconheiros que faz uma faculdade e acha que é especialista de segurança.

[02:35:57]

Não? Mais uma vez, mais uma vez agradeço Muito obrigado. Com prazer conheço o senhor.

[02:36:02]

Uma satisfação.

[02:36:03]

O Morão aqui que está cedo para a gente também.

[02:36:04]

Prazer rever, irmão.

[02:36:05]

Estamos juntos. Pessoal, uma boa noite a todos. Muito obrigado pela audiência, muito obrigado por estar acompanhando a gente aí. A Amaral aí vai finalizar. Um abraço a todos, valeu. Você trabalhou duro a vida inteira e merece benefício que realmente reflita todos esses anos de dedicação e os recolhimentos ao INSS. Mas preste atenção, o prazo é de até 10 anos após começar a receber seu benefício para pedir uma revisão. Se houver algum erro, você pode ter direito a aumento mensal e até receber valores atrasados dos últimos cinco anos. Sabia que o INSS comete erros em mais da metade dos cálculos de tempo e valor dos benefícios? Por isso, é crucial verificar sempre os comprovantes e cálculos feitos pelo INSS antes de realizar qualquer solicitação e analisar se realmente vale a pena. Se você acha que pode estar nessa situação ou conhece alguém que está, não hesite. Procure uma orientação de especialista confiável em direito previdenciário. Não deixe de nos seguir nas redes sociais para mais informações e dicas valiosas sobre seu patrimônio previdenciário.