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[00:00:00]

O que é isso, não pode? Por isso eu vou te falar.

[00:00:02]

Brincadeira, pessoal. A Tiago não refém não, brincadeira.

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Brincadeira, é uma coisa de filme. É filme isso daí, pelo amor de Deus. Não, mas hoje em dia, a polícia está assim... Eu falo o seguinte: As leis são as mesmas. São as mesmas. Legítima defesa. Por isso, a partir do momento que você comentou, o cara agarrou o seu parceiro, ele vai pegar a arma para fazer o quê? Palizar? Para fazer carinho? Ele vai me matar. O parceiro vai te matar.

[00:00:30]

Então, pau. Cássido, eu tive o privilégio nessa brincadeira de esses 30 anos de polícia. Eu nunca perdi uma polícia minha em ocorrência, mano.

[00:00:39]

Porra, graças a Deus, meu.

[00:00:40]

Eu nunca precisei chegar. Eu já tive que dar notícia para a mulher de polícia, que eu que aconteceu, mas não foi sobre o meu comando, nem sobre minha tutela. Então, isso eu agradeço a Deus, primeiramente, porque eu acho que deve ser muito triste você ter que chegar e que, indiretamente, a vida daquele cara está na sua mão. Você como comandante, a vida do cara está na sua mão. Exatamente. Eu tive uma situação que eu tive que dar a notícia e para mim não foi nem pouco agradável. Mas por quê? Todo mundo ficou naquela: E agora, como é que faz? Como é que conta? Como é que foi? Cheguei na mulher do police, troquei a ideia, falei, expliquei para ela. Mas e aí? Mas sobre o meu comando, graças a Deus, nunca aconteceu. Espero que...

[00:01:17]

Eu também. Não vivo isso aí nunca. Não carrego essa dor, irmão.

[00:01:21]

Rouba banco em Jacarei. Pegaram?

[00:01:24]

Cara, eu peguei rouba banco em Jacarei com refém, dentro do banco do Brasil, mano. Atirou no refém. Não... Como é que foi? O cara conseguiu entrar, eu acho que não tinha porta giratória naquela época. O cara entrou com a faca de açogue, tá ligado? Aí pegou uma das meninas no caixa. Até estava, hoje, o Coronel Paulo Henrique, era tenente na época, a gente cercou, caiu para dentro do banco, cara com a menina na cadeira, a faca no pescoço, a gente ali em cima. E o tenente deu uma voadora no cara, conseguiu dar chute no cara, o cara caiu, saqueu, e agora, foi pulo em cima do cara, catamos o cara, sai arrastando o caramba, a quatro, zero a zero para nós. Sem novidade. Um ano de acurrências. Todo mundo vivo. Refeio vivo. Aí peguei uma outra ocurrência também na Caixa Econômica em Jacarei, à noite, 3:20 de tarde, três moleques querendo para dentro. Fizeram umas 20 pessoas refém. Passou 3:20, ligou, a situação assim, sim, sim, sim, se assado. Cercamos, aí fica aquela história. O pessoal não entende, quando eu conheço com refém, você não tem essa, quem está de gravata, quem está sem gravata, quem está de terno, quem está de bermuda, todo mundo algemado.

[00:02:36]

Sai todo mundo algemado. Então algemamos todo mundo. Cliente, funcionário, ladrão, está só todo mundo algemado. Depois que você vai ver quem é quem na História. Mas essa também, sem novidade, não houve baixa nenhuma, dois ladrões na mão, refém, tudo liberado, graças a Deus, tranquilinho. Top. Você teve...

[00:02:52]

O cara falou que você teve em Guararema, não teve em Guararema?

[00:02:57]

De Guararema, que eu participei, foi que eu assumi o serviço de manhã e teve... Foi aquele assalto que a rota derrubou 10 lá em Guararema.

[00:03:06]

Foi 11, não é?

[00:03:07]

Foi 11, não é? A rota foi 10, foi da Ambiental. Foi lance assim. E eu cheguei para apoiar, que eu eu cheguei de madrugada, já tinha rolado. Só que eu cheguei e eu estava na vermelha, eu estava na punição. O sargente, dia, falou: Você vai ficar só preservando o veículo que tinha trocado o tiro com o CGP nocturno. Eu gostei da minha viatura e fiquei ali. Passou uma barca de rota e o policial falou para mim: O policial, fica ligero aí, que o cara desse carro ainda está no mato. Eu falei: Porra, bacana isso aí, eu não tinha essa informação. Eu subi o barranco que tinha lá e fiquei em cima e pedi o meu parceiro ficar embaixo. Eu estava lá umas duas horas de sentinela, porque essa corrência foi demorada. Aí eu ganhei o cara saindo do mato, cara. Um quilômetro e meio, você ganhou cara saindo do mato. Eu não botei fé, cara. Eu falei: Puta, eu vou lá. Foi o meu parceiro: Vamos lá, e eu falei: Porra, está preservando, vai dar merda. Não, esse carro não vai sair daí não, cara. Vamos lá. Aí saímos, cara. O fundo se evadiu. Vamos lá na estrada, buscamos.

[00:04:08]

Eu cheguei próximo desse ladrão, ele fingiu que estava catando o mato, ele deu uma migué. Eu enquadrei ele e eu estava com medo de ter furo ali no chão, porque ele estava baixado, porque tinha que tomar, meu fuzil está no chão. Eu fiquei naquela, eu rebento, eu não arrebento. Eu falei para ele: Ladrão, faz o seguinte, levanta, senão você vai tomar tiro, cara. Ele já levantou. Eu falei: Dá dois passos para trás, ele deu. Eu perguntei para ele: Tem alguma coisa no chão, está alguma coisa? Não estou não. Falei: Tom, beleza, vira de costa. Ele virou para o Gmail. Eu perguntei: E aí, mano? Não, perdi, não tem jeito. O ladrão tinha uns cinco, sete de banco e estava na ocorrência, era o cara do carro. Aí eu joguei no rádio, estou com o cara aqui na mão, os caras não botou fera. O delegado veio no local, estava apresentando, segurou, foi lá no local. Ele falou: Faz o seguinte, tem cara vivo? Tinha 11 motos e vivo. Juntou todo mundo, foi para São Paulo, para representar em Eu tive que apresentar lá. Nessa ocorrência foi bacana porque eu cheguei em São Paulo, o falecido, saudoso, o Major Olímpio, ele chegou nessa ocorrência para parabenizar e falou exatamente isso.

[00:05:13]

Vocês estão tudo de parabéns, estava lá 10 barcas de rota, todo mundo, os caras são pica mesmo. Ele falou uma coisa que eu não esqueci mais, cara. E falou assim na nossa equipe: Porra, a rota estava lá por quê? E tinha informação. Eu estava com 10 viaturas, os caras bem armados. Você estava com uma viatura, dois polícias com a ponto 40, está na sua ocorrência aí, sem informação nenhuma, na quebrada dessa aí. Então, tiro o chapéu para vocês, fez elogio para a gente lá na hora e apresentamos esse cara lá. O governador, no outro dia, soltou a reportagem que o governador soltou no outro dia, foi assim: Meu, se a polícia é legalista. Se atirou contra a polícia, vai levar tiro. Lógico. Quem não atirou, está preso. Tem preso por quê? O cara não atirou. Aí os caras olhou para mim assim para: Valeu a gema de ouro. Aí botaram o meu filho de a gema de ouro.

[00:06:02]

Você vai para as partes, é isso aí.

[00:06:05]

Caralho, você livrou a cara da ocorrência. Eu limpei a ocorrência, velho.

[00:06:09]

Legalizou o correio, velho. Toma o chavão, toma o chavão, aí.

[00:06:14]

Caralho, mano.

[00:06:15]

Fala, mano, mas faz parte, mas faz parte, eu sou legalista, eu sou legalista.

[00:06:19]

Onde, caralho? Não adianta, cara. Não adianta, não.

[00:06:20]

Não adianta fazer nada ali.

[00:06:22]

É hora e hora, irmão. É hora e hora. Não adianta fazer graça, porque... O Gema de Uro... Uma coisa que eu escutei na Rota lá uma vez, O cara falando é o seguinte, aprendiz de feiticeiro não faz feitices, irmão.

[00:06:33]

Exatamente, mano.

[00:06:35]

Aprendiz de feiticeiro não faz feitices. Porque se o aprendiz for se meter a fazer feitices, vai explodir a porra do caldeira na cara dele.

[00:06:41]

É isso aí, por isso que eu falo para vocês. Não inventa de abrir podcast. Feitices... Você que sou aprendiz de feiticeiro. Feitices não faz feitices. Aqui é feiticeiro. Feiticeiros.

[00:06:50]

Eu sou aprendiz, cara, aprendiz...

[00:06:52]

Sei lá, já estou tocando bebo com essa porra, mano. Feiticeiro, feiticeiro, não faz feiticearia, Davi, perguntaram aqui, irmão, teve alguma ocorrência que você chorou? Vai, pergunta para os dois aí, qual foi aquela ocorrência que você estava ali, você foi para o cantinho, você.