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Você já aconteceu com policial baleado, assim, das outras equipes ou da sua equipe ter algum baleado?

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Isso é uma pergunta? É uma pergunta. Que veio do...

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Não, essa foi minha mesmo.

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Não, porque eu imaginei que fosse alguém perguntando, me induzindo a falar. Mas eu tive policial da minha equipe alvejado, uma ocorrência, o sargento Martinês. Martinês? Martinês, mas não o Martinês antigo da Rota, o Martinês é muito da rota, Martinês é muito respeitado, pessoa de uma índole inabalável também, mas lá da Zona Sul. Aliás, dos melhores comandantes de equipe com quem eu trabalhei. E o Martinês, fomos atender a ocorrência, eu era o terceiro homem dele nesse dia, era o segurança da equipe dele. E em determinado momento, a gente estávamos numa abordagem, aí chegou via rádio uma ocorrência em que o CGP envolve as duas situações que você perguntou, porque se eu fui no apoio e se o policial foi baleado. E a gente foi no apoio do CGP na área do 27. E nesse apoio, chegamos lá, chegamos primeiro que a equipe que estava mobilizada para ir fazer o atendimento da ocorrência. Logo que chegamos, era uma família e era cara já de idade e ele mantinha a família dele refém, cara. Mantinha a família dele refém. Cara de idade? É, mas era, sabe assim, cara já com idade avançada, mas ele mantendo a família dele refém, já fazia, não me recordo quantas horas, uma ocorrência que termina de forma É triste porque envolvia só a família.

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A senhora lá subjugada, esse cara já tinha histórico já criminal, de agressividade, e E logo que a gente entrou, o sargento Martínez foi alvejado. Por ele? Foi alvejado, aí o cara já foi alvejado em seguida. E resumo, o Martínez, graças a Deus, tomou tiro no colete e sobreviveu. Isso já fazem mais de 20 anos. E o agressor, falleceu. Aliás, a família agiu de forma muito surpreendente, porque na época todo mundo meio parecia que o mundo tinha é zabado, só que quando você trabalha dentro da legalidade, você não precisa temer nada. Eu falo assim: Tem duas coisas que você não precisa esconder, é a legalidade e a verdade. Você pode até esconder a verdade, mas uma hora ela aparece. E a gente trabalhando dentro da legalidade, naquele dia, nos surpreendeu que a família foi totalmente favorável à nossa ação, porque presenciou, entendeu? Foi fator primordial para promover o arquivamento desse feito logo depois. Muito pelo contrário, a senhora lá que era viúva, que vivia sendo subjugada, na situação, hoje, seria conhecida como violência doméstica, no seu estágio mais avançado, que a gente vê terminando em mortes. Acredito eu que evitamos a morte daquela senhora. E ela ficou muito mais preocupada com o nosso colega policial baleado, do que com a pessoa que realmente tinha convivido com ela, porque ela a vida inteira estava sofrendo.

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Quer dizer, entre aspas, foi alívio para ela, não é?

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Entre aspas. É, porque ninguém queria esse resultado, não é resultado...

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Mas às vezes até a mulher quer, irmão. Porque fala Caralho, como eu queria que esse cara morresse, mano, para eu viver em paz, mano?

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A violência doméstica, a violência no interior de residência, o Castro... É uma coisa séria, sabia? É sério, porque às vezes a mulher está passando por uma situação e ela não consegue pedir socorro, ela está tão subjugada. Nesse caso aí, a mulher era ameaçada com arma de fogo, entendeu? O cara que estava ameaçando ela, atirou em policial. Você entendeu? E aí você vê, quantas mulheres aí não morrem antes de poder chegar ao socorro? Quantas vezes você não teve que ir lá e tomar uma atitude mais enérgica, por quê? Porque o cara estava espancando a mulher. Várias vezes. Entendeu? Tem duas situações que eu chamo a atenção do público em geral, é o quê? A violência doméstica, que é algo grave e dá para trabalhar essa parte diminuir e apoiar essas mulheres com mais energia, gastar pouco mais de energia nisso daí, porque as mulheres realmente são seres mais sensíveis. No termo geral, são mais sensíveis. E a outra coisa é a violência sexual. A violência sexual é perigosa, sabe por quê? Ela acontece 90% dentro de casa.

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Ali no quarto, que não tem- Quem está ouvindo aí, se você passa por isso, se se você está sendo molestada, se você está sendo molestado, se você está sendo, de qualquer forma, sendo abusado sexualmente, pede socorro.

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Pede socorro. E as pessoas não têm o hábito de pedir socorro, porque ela está se sentindo amedrontada. Se você pedir socorro, alguém vai te ajudar, alguém vai ajudar.

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Tem vários órgãos que estão para ajudar.

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Tem órgãos de apoio, mas as pessoas têm que acreditar. Acredita, meu, pede socorro, não fica sendo subjugado, não fica para você ser fém dessa situação.

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É aquele ditado que a gente usa sempre. A lei do socorro é quem dorme, não é, irmão?

[00:06:05]

É.

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Você tem que correr atrás.

[00:06:07]

Tem que correr atrás. Pede socorro.

[00:06:08]

Pede socorro. Vai procurar alguma ajuda, meu. É, mano, é embaçado. Deixa eu mandar uma Tate Tavares, falou que é minha fã. Um beijo. Um beijo, Tate. Obrigado por estar acompanhando a gente.

[00:06:21]

Está ruim de ídolo.

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Quem?

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Por que? Só uma?

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Não, vamos para ela.

[00:06:30]

Está ruim de ídolo. Coitado. Tinha ela, não é?

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Coitada. Você é fã desse velho, mano. O Reinaldo Cons. Seu fã também.

[00:06:39]

Não, ele é soldado aqui. Entrou aqui como soldado aqui. Obrigado, meu irmão, por estar com a gente aí.

[00:06:47]

Helena Souza, é nós, irmão. Estamos juntos, o Bruno, os casalhados em cima da sua sobrinha. Então, deixa eles.

[00:06:52]

Irmão, corrença na rota.