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O cara que resolve tudo. Pois é. E a gente era assim, cara. A gente era encerrando talão, atrás do outro, e eu pegando talão, imagina, o Rio pegando talão. E a gente fazia isso aí e fazia o que fazia, acreditando que fazia sempre o bem. A gente sempre pensava que fazia o bem. Pensava que fazia o bem. Hoje eu tenho uma ótica bem diferente daquilo que a gente trabalhava. Mas em suma, a vida da Polícia foi assim que eu cheguei na Polícia Militar como aspirante segundo o Tenente. Depois, na Polícia Militar, eu fiz vários cursos na Polícia Militar, curso de técnica de ensino, curso de controle de distúrios civis, curso de trânsito urbano no Rodoviário, curso de sinotecnia, dos que eu mais gostei, de adestramento de cães no choque. Fiz o curso de radio patrilhamento padrão, E nesse métier, quando eu saí do policiamento mesmo, eu resolvi fazer uma faculdade de direito. Então, acabei prestando o vestibular no Mckenze, E Deus tocou o meu coração para eu sair da rua do policiamento, foi justamente numa época, 1990, eu fui convidado para ir para o primeiro batalhão de choque pelo coronel Antônio Chiari. Ele era o comandante do primeiro BPM-M, e ele foi comandar o BTA, e ele falou assim na reunião de oficiais: Só posso levar oficial do primeiro batalhão, do primeiro BPM-M comigo para a rota, e eu vou levar o Norberto.

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Eu tinha acabado de passar no vestibular do Máqueza, então para qualquer oficial, isso aí era o sonho de consumo. É o ápice da carreira de qualquer oficial, patrouilleira, ir para a rota. E Deus tocou o meu coração, sem eu saber, sem eu saber, não, você não vai para a rota. E no reino de oficiais, falei: Coronel, eu não vou. Aí os oficiais: Você é louco, é competido, Coronel. Coronel, está indo para a rota. O coronel: Só me desculpa, eu não vou. Porque eu acabei de prestar vestibular para o Máquense e eu quero fazer direito. Aí, compreendeu, foi muito gentil, tudo bem, então pode ficar, vai outro, e foi assim, aí eu consegui. E mesmo assim, Eu não consegui na hora fazer o Máquense, porque passei no exame do corpo de bombeiro, comecei a fazer o CBO, eu queria ser bombeiro, até eu brincava, eu queria salvar vidas, eu queria salvar vidas, salvar vidas, salvar vidas, é, salvar vidas. Chega uma hora, salvar vidas, salvar vidas. Depois de sete minutos... É o senhor que está falando isso, salvar vidas, salvar vidas. E aí, o CBO O CPM na época, o coronel lá resolveu cortar. Eu voltei para o policiamento e fiquei tempo ainda e consegui fazer o Mackenz.

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Terminei o Mckenzo em 97, prestei o exame de ordem em 98, tirei minha carteira de advogado, não podía advogar, mas desde 92, quando eu fui trabalhar no Carandiru, fui trabalhar no Carandiru, trabalhei no Carandiru de 92 a 97, cinco anos no complexo Carandiru. Então eu vi todo o processo do Carandiru lá dentro, eu estava lá quando aconteceu o massacre do Carandiru, eu trabalhava lá. Vamos voltar, vamos voltar. Vamos voltar para o PM. Vamos voltar para o PM.